Felca rejeita convite de Hugo Motta para discutir proteção infantil nas redes sociais
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez um convite ao youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido nas redes como Felca, para participar de um debate sobre políticas de proteção a crianças e adolescentes na internet. O influenciador, porém, decidiu não comparecer. Segundo fontes consultadas pelo site Metrópoles, ligadas ao parlamentar, Felca agradeceu a lembrança, mas explicou que prefere não associar seu nome a partidos ou a qualquer "lado" político.
A iniciativa de Motta surgiu depois da repercussão do vídeo publicado por Felca a respeito da "adultização" de crianças e adolescentes. A gravação viralizou, levantou discussões nacionais e colocou o tema no centro das atenções em Brasília. O caso chamou a atenção da Presidência da Câmara, que estuda projetos e propostas para enfrentar a exploração de menores em plataformas digitais.
Felca poderá ser obrigado a falar no Congresso?
Apesar da recusa, Felca ainda pode ser chamado oficialmente a prestar esclarecimentos. A Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência aprovou, na terça-feira (19), requerimento apresentado pelo deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP) para realizar uma audiência pública sobre o tema. O nome do youtuber aparece entre os convidados que devem ser ouvidos. A data da sessão não foi definida, mas, quando marcada, os convocados receberão convite formal. Pela regra, a presença não é obrigatória, e os chamados podem optar por não comparecer.
Enquanto o debate político se desenrola, as consequências do vídeo continuam a repercutir fora do Congresso. A gravação levou à prisão do influenciador Hytalo Santos e de seu marido, Israel Vicente, em 15 de agosto. A denúncia feita por Felca indicava que Santos explorava crianças e adolescentes em conteúdos digitais.
Um dos casos mais mencionados foi o da influenciadora Kamila Santos, conhecida como Kamylinha, adotada por Hytalo aos 12 anos. A jovem era orientada a gravar vídeos de danças sensuais, prática que levantou suspeitas de exploração. As acusações resultaram na abertura de investigações pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) e pelo Ministério Público do Trabalho, que apuram indícios de violação dos direitos de menores. Hytalo e Israel seguem presos.