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Caso Bruno

Juíza: "Bruno é uma pessoa fria, violenta e dissimulada"

8 mar 2013 - 02h42
(atualizado às 08h27)
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<p>A juíza Marixa Fabiane Rodrigues conversa com os advogados antes de começar a audiência</p>
A juíza Marixa Fabiane Rodrigues conversa com os advogados antes de começar a audiência
Foto: Marcellus Madureira / Especial para Terra

Na leitura da sentença que condenou o ex-goleiro Bruno pela morte de Eliza Samudio, na madrugada desta sexta-feira, a juíza Marixa Fabiane utilizou palavras fortes contra o réu, que foi condenado a 22 anos e 3 meses de prisão.

"(Bruno) é uma pessoa fria, violenta e dissimulada, com personalidade que foge aos padrões mínimos de normalidade. O réu tem incutido na sua personalidade uma total incompreensão dos valores", afirmou Marixa.

Para a juíza, Bruno desapareceu com o corpo da vítima acreditando que "a imunidade seria certa". Ela considerou que o ex-atleta foi reconhecido "pela sociedade como o mandante na trama diabólica".

"Essa não foi a primeira investida (de Bruno) contra a vítima, mas certamente foi a última", disse Marixa, que condenou o passado do ex-atleta: "há informações nos autos de que (Bruno) tinha envolvimento com tráfico de drogas, além de conduta social igualmente desfavorável, com envolvimento na face obscura do mundo do futebol".

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. O julgamento de Bruno e de Dayane Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi remarcado para 4 de março de 2013. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013. 

Fonte: Terra
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