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Caso Bruno

Goleiro Bruno volta a trabalhar e começa a estudar na prisão em MG

24 mai 2013 - 14h46
(atualizado às 14h46)
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<p>O goleiro Bruno, em foto de mar&ccedil;o, durante seu julgamento pela morte de Eliza Samudio</p>
O goleiro Bruno, em foto de março, durante seu julgamento pela morte de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação

O ex-goleiro Bruno Fernandes, que cumpre pena de 22 anos e 3 meses de prisão pela morte de Eliza Samudio, obteve uma permissão para voltar a trabalhar e para começar a estudar na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O atleta estava sob suspensão de 30 dias após alguns episódios de "indisciplina", incluindo um desentendimento com outros detentos na lavanderia, local onde ele trabalhava antes.

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Bruno passará a fabricar vassouras artesanais em uma fábrica que fica dentro da penitenciária. As vassouras são feitas a partir de garrafas PET e não são comercializadas, são utilizadas apenas dentro da prisão.

O ex-goleiro não será remunerado, mas o trabalho tem efeito de redução de pena - a cada três dias de serviço, será subtraído um dia da pena de Bruno. Ele vai cumprir horário na fábrica das 8h30 às 15h30.

Bruno também vai retomar na penitenciária os estudos que ele largou quando era mais jovem. Segundo a Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais, o ex-goleiro vai retomar as aulas a partir do segundo ano do ensino médio.

Antes de ter sido suspenso por 30 dias, Bruno não estudava - apenas trabalhava na lavanderia da prisão. Durante o período de punição pela indisciplina, o ex-goleiro foi proibido de tomar banho de sol, de receber visitas, de trabalhar e de estudar.

Bruno passa mal e desmaia em cela

Na quinta-feira, Bruno passou mal e desmaiou em sua cela após ingerir remédios não receitados. Ele caiu um tombo e machucou a cabeça, e precisou ser atendido na enfermaria da prisão. Lá, foi constatado que ele tomou os remédios Clonazepam e Diazepam. Um procedimento foi instaurado para apurar como os medicamentos chegaram até o detento.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Terra
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