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ONG pede soltura de homem preso há 14 anos pela morte de ex-ministro do TSE

Em depoimento à ONG Innocence Project, um dos assassinos afirmou que Francisco Mairlon é inocente no 'crime da 113 Sul', em Brasília

1 fev 2024 - 23h46
(atualizado em 2/2/2024 às 00h20)
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Ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, a mulher dele, Maria Carvalho Villela, e a empregada do casal foram mortos em Brasília (DF) em 2009
Ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, a mulher dele, Maria Carvalho Villela, e a empregada do casal foram mortos em Brasília (DF) em 2009
Foto: Divulgação/TSE

Uma ONG internacional focada em reverter erros judiciários em processos já encerrados pediu nesta quinta-feira, 1º, a liberdade de um dos condenados do que ficou conhecido como 'crime da 113 Sul'. Na ocasião, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Guilherme Villela, sua esposa Maria Carvalho Villela e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, foram assassinados.

O crime aconteceu em uma cobertura em Brasília (DF), em 2009. Três homens foram condenados e cumprem pena pela execução: o ex-porteiro do prédio, Leonardo Campos Alves; o sobrinho dele, Paulo Cardoso Santana, e Francisco Mairlon Aguiar. As informações são do G1

A Innocence Project ouviu, de dentro da prisão, Paulo Santana, que fez uma retratação de seu depoimento dado à Polícia Civil em 2010. Segundo a ONG, é a primeira vez que Paulo afirma que cometeu o crime junto de seu tio, mas que Mairlon, condenado a 47 anos de prisão, é inocente.

Ainda de acordo com Paulo, os depoimentos de 2010 foram dados sob pressão à Polícia Civil do Distrito Federal. Para o Ministério Público, porém, essa versão não tem valor. 

Além dos três executores, o júri também condenou Adriana Villela, filha do casal assassinado, em 2019. Ela foi apontada como mandante do crime. A promotoria aponta que Adriana teria desentendimentos financeiros com os pais.

Mairlon é o único dos quatro envolvidos representado pela Innocence Project. A entidade aponta que analisou, por um ano e meio, 16 mil páginas do processo, e acessou vídeos arquivados pela Justiça. Assim, concluiu que Mairlon não teve participação no crime. 

Dentre as justificativas, a advogada da ONG, Dora Cavalcanti, diz que houve falhas na investigação sobre Mairlon, como a inexistência de exame de DNA para comparar os vestígios de sangue na cena do crime com amostras dos condenados. A defesa também ressalta que a quebra de sigilo do número de telefone de 2010, quando Mairlon foi preso, não era o mesmo que ele usava na data do crime.

Para o Ministério Público, a retratação não tem "valor nenhum", porque os condenados já mudaram suas versões outras vezes.

"Uma alegação sem prova nenhuma, que quer fazer a gente reabrir toda a instrução de um processo transitado em julgado. Todos eles voltaram atrás nos seus depoimentos. Isso é mais uma manobra para tentar justificar a reabertura do caso", diz o promotor Marcelo Leite Borges. 

Fonte: Redação Terra
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