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Lava Jato: Dirceu institucionalizou esquema de propina

De acordo com procurar da República, o ex-ministro ajudou a criar o esquema de corrupção na Petrobras quando estava à frente da Casa Civil

3 ago 2015 - 12h16
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José Dirceu foi preso nesta segunda-feira na Operação Lava Jato
José Dirceu foi preso nesta segunda-feira na Operação Lava Jato
Foto: Bruno Santos / Terra

O ex-ministro José Dirceu é considerado pela força tarefa da Operação Lava Jato como um dos responsáveis pela instituição do esquema de corrupção na Petrobras. A afirmação foi feita nesta segunda-feira pelo procurador da República Carlos Fernando Lima. Dirceu foi preso nesta segunda dentro da 17ª fase da Operação Lava Jato. Ele foi preso em Brasília e a transferência dele para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba ainda depende de autorização do Supremo Tribunal Federal.

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"É importante salientar que, nesta fase, além de indicar Jose Dirceu como beneficiário do esquema, temos Dirceu como um dos instituidores do esquema dentro da Petrobras, na época em que era ministro-chefe da Casa Civil", comentou Lima. 

Segundo o que foi apurado pela força tarefa, Dirceu recebeu a indicação de Fernando Moura - empresário também preso nesta segunda-feira e que teria ligação com o PT - para colocar Renato Duque na diretoria da empresa estatal. O mesmo ocorreu com Paulo Roberto Costa, a partir da indicação de José Janene. "José Dirceu tinha um papel fundamental na indicação de cargos no governo federal. Não descartamos outros 'cabeças', mas chegamos sim a um dos líderes principais", salientou o procurador.

As informações repassadas pelos delatores Milton Pascowitch e Julio Camargo ajudaram a identificar o recebimento de propinas por parte de José Dirceu, por meio da sua empresa de consultoria. As investigações foram aprofundadas e detectaram que não havia comprovação da maior parte dos serviços prestados pela JD Consultoria, que teria arrecadado valores em torno de R$ 39 milhões nos últimos anos. 

Além disto, havia apenas um funcionário da empresa com ensino superior, que não seria capaz de realizar os serviços amplos e variados de consultoria. A empresa de José Dirceu recebeu pagamentos oriundos de clientes de vários setores, desde empreiteiras até empresas de limpeza e de software. As investigações também apontaram pagamentos para José Dirceu por meio de laranjas, como repasses para uma empresa de arquitetura que realizou obras em um dos seus imóveis, e até jornalistas. 

De acordo com Márcio Anselmo, delegado da PF envolvidos nas instigações relacionadas com a Lava Jato, havia também repasses de dinheiro em espécie para Dirceu e pessoas relacionadas a ele. O irmão de Dirceu, Luiz Eduardo Oliveira e Silva, inclusive pediu pagamentos para empresas enquanto o ex-ministro cumpria pena na ação do mensalão. Há indicações de repasses de até R$ 180 mil em espécie por mês. Por isto, a PF ainda não divulgou uma estimativa de valores arrecadados por José Dirceu, sua empresas e pessoas relacionadas a ele.

"O DNA do esquema dentro da Petrobras é praticamente o mesmo do mensalão. Dirceu em um momento contribuiu na implantação do esquema e, depois que saiu do governo, se tornou um beneficiário direto. Não estamos falando apenas de uma questão pessoal. Dirceu recebia valores enquanto investigado, acusado e preso em função do mensalão. O irmão foi a diversas empresas pedir doações e pagamentos para a JD Consultoria. O cenário não inibia a atuação. Por isto, não temos como crer que a prisão domiciliar gerasse uma mudança de atitude", falou Lima.

Desmembramento 

A 17ª fase da Operação Lava Jato também identificou repasses de empresas, incluindo empreiteiras, para João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT. Segundo informações da força tarefa, Vaccari e pessoas indicadas por ele recebiam valores em espécie como pagamento de propinas, algumas inclusive relacionadas a casos específicos. Estima-se que parte dos valores tenha sido repassado para o partido. 

Presos

Os presos devem ser encaminhados ainda nesta segunda-feira para Curitiba. Eles serão levados em um avião da PF que sairá de Brasília e fará escala em São Paulo antes de ir ao Paraná. A PF divulgou que, além de José Dirceu (prisão preventiva) e seu irmão (prisão temporária), foram presos Roberto Marques (temporária), Fernando Moura (preventiva), Olavo Moura (temporária), Pablo Kipersmit (temporária) e Celso Araripe de Oliveira (preventiva). Este último é funcionário da Petrobras e sua prisão está vinculada à 14ª fase da operação. Um mandado de prisão ainda está pendente

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Fonte: Especial para Terra
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