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Tragédia em Santa Maria

RS: nº de internados em estado crítico após incêndio cai para 65

1 fev 2013 - 09h26
(atualizado às 19h46)
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O número de pacientes internados em estado crítico em hospitais do Rio Grande do Sul por queimaduras sofridas no incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, caiu de 71 para 65, segundo o Ministério da Saúde. O órgão considera que correm risco iminente de morte aqueles feridos que respiram com ajuda de aparelhos. O número total de internados diminuiu de 127 para 124.

Em festa no dia 19 de janeiro, os artefatos eram usados por jovens no interior da boate
Em festa no dia 19 de janeiro, os artefatos eram usados por jovens no interior da boate
Foto: Divulgação

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Na noite de quinta-feira, um jovem que estava internado no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) de Porto Alegre morreu devido às queimaduras. Matheus Rafael Raschen, 20 anos, era de Santa Cruz do Sul (RS) e cursava Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Entre ontem e hoje, dois pacientes que estavam internados em Santa Maria receberam alta.

Em Santa Maria, há 63 pessoas hospitalizadas, 19 delas com ventilação mecânica. Em Porto Alegre, 54 pacientes estão internados, 43 deles respirando com aparelhos. Em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, há três hospitalizados, dois deles entubados. Em Caxias do Sul, na serra gaúcha, um paciente está internado com aparelhos para respirar. Em Ijuí. No noroeste do Estado, há um hospitalizado sem ventilação artificial.

Segundo o coordenador-geral de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, Paulo de Tarso Abrahão, todas as vítimas internadas inspiram cuidados, mesmo as que não precisam de ventilação mecânica. "Todos os pacientes são pacientes em estado grave, mesmo os que não estão em ventilação mecânica. Os que estão em ventilação mecânica são mais graves", afirmou ele.

Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, o secretário da Saúde do Rio Grande do Sul, Ciro Simoni, forneceu um número diferente e divulgou um total de 119 pessoas permanecem internadas em hospitais de cinco cidades gaúchas. Segundo ele, três pacientes deixaram o Hospital de Clínicas e dois o Moinhos de Vento, ambos em Porto Alegre.

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O estado daqueles que sofreram queimaduras na pele é mais crítico. "A complicação é maior porque tem a queimadura de via aérea e a queimadura de pele", disse Abrahão.

Uma equipe da Universidade de Toronto, no Canadá, deve chegar ao Brasil no sábado para avaliar os pacientes e iniciar a aplicação de uma técnica de ventilação extracorpórea. O método ajuda a promover uma recuperação pulmonar mais rápida, segundo o Ministério da Saúde.

Incêndio na Boate Kiss

Um incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show na festa universitária.

Segundo um segurança que trabalhava no local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de pessoas se reuniam em busca de informações.

A prefeitura da cidade decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no Brasil quanto no exterior.

Os feridos graves foram divididos em hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.

Na segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois sócios da boate, Elissandro Callegaro Sphor, conhecido como Kiko, e Mauro Hoffman, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa noturna.

A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.

Fonte: Terra
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