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Sócio que agrediu crianças está prestes a voltar ao Clube Pinheiros

Caso aconteceu no feriado de 7 de setembro de 2018; família de vítima teme retorno

30 ago 2019 - 18h56
(atualizado às 19h52)
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Um adulto chega correndo na quadra onde brincam algumas crianças em um dos mais tradicionais clubes em São Paulo. Ele pega o menino que está no gol - um garoto de 8 anos - e o puxa pelos cabelos. Então, joga o garoto no chão e o pressiona com o joelho. Um segundo menino, de 12 anos, vê a ação e tenta defender o amigo, mas é puxado pelos cabelos e cai no chão. O primeiro garoto se urina de medo.

A cena, captada por câmeras de segurança, aconteceram no Esporte Clube Pinheiros, um dos mais tradicionais de São Paulo. O autor das agressões, um consultor de 44 anos, ainda faz parte do quadro de sócios do clube.

O caso ocorreu no fim da tarde do feriado de 7 de setembro de 2018 e desde então é tratado com sigilo pelo clube. O agressor foi impedido de frequentar o Pinheiros por um ano após o episódio mas, agora, está prestes a retornar. "A família (de uma das crianças agredidas) está preocupada", diz o advogado João Daniel Rassi, que defende uma das vítimas. O jornal O Estado de S. Paulo não publicará o nome dos envolvidos para preservar as crianças, tanto as vítimas como o filho do agressor.

Veja as imagens:

A preocupação se dá pelo fato de não haver uma ação célere, por parte do Pinheiros, para expulsar o sócio autor do ataque. O clube diz que o processo "encontra em regular tramitação perante os órgãos competentes desta associação, de acordo com seu estatuto e demais regulamentos", sem fazer nenhuma sinalização sobre a permanência dele ou não. Uma primeira votação dos conselheiros sobre o tema teria decidido por mantê-lo.

Denúncia. A família de um dos garotos procurou a Polícia Civil, e um boletim de ocorrência foi feito na manhã seguinte, no 14.º Distrito Policial (Pinheiros). Um inquérito policial foi aberto no 15.º DP (Itaim Bibi) após representação de Rossi. As imagens da agressão constam no inquérito.

Segundo o BO, enquanto a agressão ocorria, o consultor perguntou para a criança onde estava o pai dela, porque também queria "bater nele". O texto destaca que, quando estava no chão, com as narinas presas, o menino ficou com tanto medo que urinou em si mesmo.

A queixa policial resultou em uma medida cautelar que impede a aproximação do agressor da vítima ou de seu familiares.

Na investigação interna do clube, o agressor afirma que partiu para cima da criança porque seu filho teria sido agredido por meninos mais velhos. Na primeira vez, teriam sido cinco meninos batendo em seu filho e na segunda, dois.

As imagens das câmeras de vigilância do Pinheiros, diz relatório interno do clube, mostram os meninos trocando chutes enquanto jogavam bola. Dois minutos depois, um dos garotos abandona a quadra e vai buscar pelos pais, que estavam na lanchonete das quadras de tênis. Na sequência, o pai bate nas crianças.

Defesa. O advogado Ernesto Piovesan, que defende o agressor, lamenta o ocorrido e diz que, no dia seguinte do caso, tentou procurar o pai do menino agredido. Eles chegaram a conversar, mas não houve diálogo. Ele destaca que o laudo médico, também anexado ao inquérito policial, não revelou sinais de agressão no garoto. "Não há, no presente exame, evidências de lesão corporal de interesse médico-legal", diz o texto.

"Não houve agressão, socos, chutes. O que houve foi um caso de vias de fato. No dia seguinte, o menino estava brincando normalmente. Tanto que 23 dos conselheiros do clube decidiram por não expulsá-lo", afirma Piovesan.

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Estadão
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