Quem é a mulher suspeita de envenenar bolo que foi encontrada morta na prisão
Deise Moura dos Anjos estava presa preventivamente e foi encontrada morta na prisão, nesta quinta-feira, 13
Deise Moura dos Anjos, suspeita de matar três pessoas com um bolo envenenado com arsênio em Torres, no litoral do Rio Grande do Sul, foi encontrada morta na prisão nesta quinta-feira, 13. Ela estava presa preventivamente desde o dia 5 de janeiro. A Polícia aponta que ela também pode ter sido a responsável pela morte do sogro, meses antes.
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Deise tinha 42 anos e, segundo as investigações do caso, ela teria comprado o veneno e, depois, o colocou na farinha utilizada pela sua sogra, Zeli dos Anjos, de 60 anos. Zeli é mãe de Diego dos Anjos, com quem Deise era casada desde 2001.
Zeli preparou um bolo com a farinha em questão, sem saber que estava envenenada, e foi uma das vítimas intoxicadas após consumir o alimento. Ela chegou a ser internada, mas recebeu alta no dia 10 de janeiro. De acordo com a Polícia Civil, Zeli seria o principal alvo do envenenamento, motivado por desavenças antigas entre as duas.
Além de Zeli outros familiares consumiram o bolo e foram três vítimas fatais: as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além da filha de Neuza, Tatiana Denize Silva dos Anjos. Uma criança de 10 anos que também ingeriu o doce havia sido hospitalizada, mas já recebeu alta. O marido de Maida, que também consumiu o bolo, foi internado e posteriormente liberado.
Deise foi detida sob a acusação de triplo homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e uso de veneno) e tripla tentativa de homicídio duplamente qualificada. O envenenamento por arsênio ocorreu em dezembro de 2024.
Suspeita pela morte do sogro
Segundo apurações da polícia, Deise também estaria envolvida em outros casos de homicídio, como o de seu sogro, em setembro passado.
De acordo com a delegada Sabrina Deffente, a suspeita pesquisou na internet uma receita de veneno que fosse inodora e sem gosto. Usou termos como ‘veneno’, 'veneno para matar humano’ e foi evoluindo. “Ela chega, então, numa composição química que tenta montar”, esclarece.
A pesquisa segue até ela descobrir o arsênio, fato comprovado pela polícia ao verificar as compras feitas por Deise na internet. “A partir dessa combinação de elementos, ela começa a tentar, então, envenenar familiares”, explica.
Isso ocorre, conforme as autoridades, até que ela consegue chegar à morte do sogro, em setembro do ano passado, inicialmente tratada como intoxicação alimentar. No entanto, após a morte de três familiares que consumiram o bolo, foi constatada a presença de arsênio também no corpo do pai de seu companheiro, exumado para perícia. Inclusive, Deise tentou evitar a exumação.
Para a polícia, fica claro que Deise “praticava homicídios e tentativas de homicídios em série” e que, durante “muito tempo”, não foi descoberta, pois ela tentava apagar provas que pudessem levar a ela. No entanto, com as mortes ocorridas em Torres, a situação “fugiu de seu controle”.
Bloqueou as redes sociais
Deise era ativa nas redes sociais, mas bloqueou seus perfis para visitantes externos, conforme apurado pelo Terra nesta quinta, 13.
Encontrada morta
Em nota, a Polícia Penal do Estado informou que, durante a conferência matinal na na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre, Deise foi encontrada sem sinais vitais na manhã desta quinta-feira, 13.
"Imediatamente, os servidores prestaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) que, ao chegar no local, constatou o óbito", afirmou.
Segundo a Polícia Penal, Deise estava sozinha na cela. As circunstâncias de sua morte serão apuradas pela Polícia Civil e pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP).