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Prefeito de São Paulo cancela licitação para contratar empresas de ônibus

26 jun 2013 - 13h36
(atualizado às 15h11)
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<p>Prefeito de São Paulo Fernando Haddad informou o cancelamento das licitações para contratar empresas de ônibus</p>
Prefeito de São Paulo Fernando Haddad informou o cancelamento das licitações para contratar empresas de ônibus
Foto: Alex Falcão / Futura Press

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira o cancelamento do processo de licitação para a contratação de empresas de ônibus, que vão prestar o serviço nos próximos 15 anos. De acordo com o prefeito, os contratos atuais serão prorrogados até que a "sociedade tenha segurança de que (a nova licitação) vai ser um contrato bom para a cidade".

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"Eu estou cancelando a licitação por uma razão muito simples. Nós não podemos assinar contratos de 15 anos sem participação popular. O momento que nós estamos exige a participação da sociedade. Eu vou instalar o Conselho de Transporte Público, um conselho municipal, com a participação dos usuários, com a participação do movimento social, junto com os empresários e com o governo", disse o prefeito em entrevista ao vivo ao telejornal SPTV, da Rede Globo.

Segundo Haddad, o conselho poderá abrir as planilhas de custos do transporte público da cidade, "para que as pessoas tenham consciência dos custos que estão sendo enfrentados, com a presença do Ministério Público para que fique tudo em pratos limpos".

A licitação que estava em andamento, e foi cancelada, substituiria os contratos de concessão a empresas de ônibus e de permissão para cooperativas de microônibus, assinado em 2003. De acordo com informações publicadas no site da prefeitura, o valor total dos contratos chega a cerca de R$ 46 bilhões, sendo R$ 35 bilhões para empresas de ônibus pelo período de 15 anos e R$ 11 bilhões para as cooperativas permissionárias por sete anos.

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

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Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. No dia 19 de junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram a redução dos preços das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos para R$ 3. O preço da integração também retornou para o valor de R$ 4,65 depois de ter sido reajustado para R$ 5.

metrô Sumaré).

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Agência Brasil Agência Brasil
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