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Cidades

Polícia prende dois manifestantes em segundo protesto do MPL

9 jan 2020 - 18h49
(atualizado às 21h19)
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O Movimento Passe Livre (MPL) realizou nesta quinta-feira o segundo protesto do ano contra o aumento da tarifa do transporte público de São Paulo. Manifestantes se concentraram no fim desta tarde na Praça da Sé, no centro da capital, de onde partiram em passeata por ruas da região em direção à estação República do metrô. Dezenas de policiais militares acompanham o ato. No final do protesto, policiais usaram bombas de efeito moral e prenderam dois manifestantes. Na terça, o protesto também terminou em confusão.

Às 19h15, os manifestantes chegaram à Praça da República, destino final do trajeto. As entradas da estação República do metrô chegaram a ser totalmente bloqueadas pelos policiais para impedir que os integrantes do ato cumpram a promessa de acessar o transporte sem pagar a tarifa.

Manifestantes enfrentam policiais durante o segundo protesto do ano organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL).
Manifestantes enfrentam policiais durante o segundo protesto do ano organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL).
Foto: Daniel Teixeira / Estadão

Diante do bloqueio, os manifestantes então voltaram a ocupar a Avenida Ipiranga. O acesso à estação foi liberado na sequência para dezenas de pessoas que aguardavam para acessar o transporte, mas ocorre mediante intensa vigilância policial.

Pouco antes das 20h, o movimento se aproximou da linha montada pela polícia, que reagiu empurrando as pessoas com os escudos. Objetos foram lançados contra os agentes. Bombas de efeito moral foram usadas para dispersão na praça. Duas pessoas foram detidas e estão sendo encaminhadas para o 2º DP. A PM não informou o motivo das detenções.

No protesto da terça passada, a confusão aconteceu em uma estação de metrô quando eles também tentaram acessar a estação sem realizar o pagamento. O ato daquele dia terminou em vandalismo.

Nesta semana, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos do Estado já se pronunciou, reforçando a posição de que a alta está abaixo da inflação anual. A Prefeitura também se manifestou no início da semana, dizendo que a frota de 14 mil ônibus já teve renovação em 34% dos veículos desde o início de 2017. "Vale ressaltar que cerca de 3,6 mil destes novos veículos foram entregues nos últimos dois anos, durante a gestão Bruno Covas", acrescentou.

Desde 1.º de janeiro a tarifa de ônibus e metrô em São Paulo subiu de R$ 4,30 para R$ 4,40, alta que é alvo de críticas por parte do movimento. Além do valor, eles protestam por uma melhoria na qualidade do serviço e contra uma suposta diminuição na rede de ônibus em circulação na capital. "Eles dizem que (o aumento da tarifa) foi abaixo da inflação, mas se os aumentos seguissem sempre a inflação, hoje a tarifa teria que ser reduzida, não subir ainda mais", aponta comunicado do grupo que integra a convocação para o ato.

Na terça, a manifestação partiu da Prefeitura até a Avenida Paulista e foi cercada por policiais militares. No fim do ato, integrantes do protesto e black blocs tentaram invadir a estação Trianon-Masp, mas agentes bloquearam as catracas. Após serem alvos de pedaços de pau e tinta, os policiais usaram escudos e spray de pimenta para dispersar a multidão, que saiu vandalizando o local. Vinte e nove pessoas foram detidas e encaminhadas à delegacia, onde assinaram um termo circunstanciado por dano, desacato e lesão corporal. Com eles, a polícia encontrou dez coquetéis molotov.

A integrante do MPL Gabriela Dantas disse nesta quinta que as prisões realizadas pela PM foram ilegais e demonstram o caráter truculento de atuação da corporação. "Hoje, eles atuam com o mesmo aparato para criar um clima de terror e afastar pessoas da participação do protesto", reclamou. A PM não informou o efetivo presente nesta quinta, mas os agentes formam colunas que envelopam o movimento.

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