PUBLICIDADE

Cidades

'Passarela da adoção' com crianças e adolescentes causa polêmica em MT

Desfile de jovens para adoção em shopping de Cuiabá foi criticado pela Defensoria Pública e provocou repercussão nas redes sociais

23 mai 2019 - 00h31
(atualizado às 12h28)
Compartilhar
Exibir comentários

CUIABÁ - Um desfile de crianças e adolescentes em passarela para adoção dentro de um shopping de Cuiabá na terça-feira, 21, causou polêmica. O evento foi promovido pela Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso e pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara).

A presidente da CIJ, Tatiane de Barros Ramalho, afirmou, em nota no portal da OAB-MT, que se tratava de "uma noite para os pretendentes a adotar poderem conhecer as crianças e os adolescentes". Segundo relatou, o evento encerraria ações da Semana da Adoção.

Ação 'Adoção na Passarela' contou com o apoio de diferentes organizações voltadas para o direito das crianças e dos adolescentes.
Ação 'Adoção na Passarela' contou com o apoio de diferentes organizações voltadas para o direito das crianças e dos adolescentes.
Foto: Assessoria de Imprensa OAB-MT / Divulgação / Estadão

"A população em geral poderá ter mais informações sobre adoção e os menores em si terão um dia diferenciado, em que irão se produzir, fazer cabelo, maquiagem e usar roupa para o desfile", disse a advogada.

A ação dividiu opiniões, com mais críticas do que apoio. Teobaldo Witter, do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de Mato Grosso, disse que o evento "fere a dignidade das crianças e adolescentes". "A impressão que fica é que elas são mercadorias." A Defensoria Pública de Mato Grosso apontou que a ação pode causar "sérios sentimentos de frustração".

Em nota nesta quarta-feira, a OAB-MT disse que "nunca foi o objetivo do evento apresentar as crianças e adolescentes a famílias para a concretização da adoção". Disse ainda que a realização do evento ocorreu com autorização judicial. O Pantanal Shopping, onde o desfile ocorreu, informou que "repudia a objetificação de crianças e adolescentes"

Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade