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Padre acusado de abuso sexual é afastado em Minas Gerais

Uma das supostas vítimas diz ter sido abusada ao menos 50 vezes; o caso é investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher

10 nov 2021 - 15h27
(atualizado às 15h43)
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A Arquidiocese de Belo Horizonte decidiu nesta terça-feira (9) afastar o padre José Carlos Pereira, suspeito de abusar sexualmente de mulheres em Santa Luzia, na região metropolitana, de seus compromissos religiosos.    

Missa de Natal na Igreja de Saint-Sulpice, em Paris
Missa de Natal na Igreja de Saint-Sulpice, em Paris
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Até o momento, pelo menos quatro vítimas denunciaram o pároco da igreja do Bairro São Benedito para a Polícia Civil, sendo que uma delas alega que os abusos se repetiram cerca de 50 vezes. Outras mulheres prometeram formalizar a queixa nos próximos dias.

"Em respeito à dignidade de cada pessoa, a Cúria Metropolitana decide pelo afastamento do sacerdote, até que seja concluído o processo legal", informou a nota oficial. De acordo com o comunicado, "desde que tomou ciência das denúncias, a Arquidiocese de Belo Horizonte procurou agir com rapidez, mas com prudência, se inteirando do processo, em diálogo com as instâncias oficiais, o que exige respeito a prazos de instituições e agentes do direito. Dialogou também com o sacerdote e com a comunidade paroquial".

"A Arquidiocese de Belo Horizonte confia que a justiça prevalecerá", acrescentou a instituição, que já havia dito que Pereira fora afastado, mas depois recuou da decisão. O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, em Santa Luzia, e, segundo a Polícia Civil, o inquérito tramita em sigilo.

No entanto, as mulheres alegam que o padre falava constantemente de suas roupas, ressaltando que blusas e saias estavam curtas, e, na ocasião, porém, ele apalpava o corpo delas. Para as autoridades, uma das vítimas relatou que um dos abusos foi na sala de Pereira. Na época, ela contava notas de dinheiro, quando ele a segurou pela cabeça e forçou um beijo em sua boca.

De acordo com o depoimento, depois disso em todas as oportunidades em que ela permanecia sozinha com o sacerdote, ele passava as mãos em seus braços e descia em direção aos seios. Além disso, o religioso cometia os abusos na sala e garagem da casa paroquial, sendo que, de agosto do ano passado até abril deste ano, foram contabilizados pelo menos 50.

Após as denúncias, o padre de Santa Luzia disse que pediu para se afastar da igreja e enfatizou que vai aproveitar o afastamento para cuidar da saúde, seguindo orientações médicas. "Entendam que não estou saindo da paróquia", disse ele, que é responsável pela paróquia há 30 anos e também pelo Colégio São Benedito, em Santa Luzia.

Ansa - Brasil   
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