Homem com duas tornozeleiras eletrônicas é detido em cumprimento de prisão preventiva: 'Nunca vimos'
Ao Terra, delegado admite que a situação foi inédita para ele e aos demais policiais que trabalham no órgão no Rio Grande do Sul
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul realizou uma operação policial nas cidades de Porto Alegre e Canoas, cumprindo cinco mandados de prisões preventivas. O que eles não esperavam é que um dos alvos, que foi detido, foi encontrado com duas tornozeleiras eletrônicas. Ao Terra, o delegado Arthur Raldi afirmou ter sido uma situação inusitada, que ainda não havia sido vista por ele e demais agentes do órgão.
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“Para nós é um fato inusitado, porque temos diversas pessoas aqui na delegacia, todas elas muito experientes, e nunca vimos isso, embora tenhamos já realizado diversas prisões”, contou à redação.
Nessa operação, realizada na terça-feira, dia 21, os alvos foram apontados como responsáveis por crimes de roubos visando telefones celulares das vítimas, ocorrências registradas nos meses de agosto e setembro deste ano.
“Os criminosos realizavam encomendas de telefones, pedindo para os bens serem entregues em ruas no bairro Restinga, local onde fariam o pagamento. Com o motoboy chegando ao local, enquanto aguardava o suposto comprador, criminosos se aproximavam e anunciavam o assalto, roubando o aparelho telefônico”, informou a Polícia Civil, em nota.
A investigação possibilitou a identificação dos envolvidos nos crimes e a consequentemente representação por mandados de prisões preventivas, assim como de mandados de busca e apreensão e ordens judiciais cumpridas pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul.
“Os presos serão conduzidos para a 16ª DP de Porto Alegre, para a realização das formalidades legais concernentes à suas prisões, sendo posteriormente encaminhados para o sistema penitenciário”, complementou o órgão.
E por que duas tornozeleiras?
Cada uma delas é referente a crimes específicos. Uma delas, como a Secretaria de Segurança Pública do RS explicou ao Terra, é devido a um programa de monitoramento de agressores de violência doméstica, pela Lei Maria da Penha.
Quando uma vítima vai até a Polícia Civil e faz uma ocorrência de violência doméstica, ela pode pedir medida protetiva. A partir disso, dependendo de como a ação será apreciada pelo Judiciário, o juiz pode determinar a medida protetiva e o uso de tornozeleira eletrônica pelo agressor.
O intuito, nesse caso, é garantir que o agressor não irá se aproximar em um perímetro de 500 metros da vítima. Se ele estiver com a tornozeleira específica e romper essa barreira, um alarme sonoro irá ser acionado para a vítima e para a SSP. Com isso, viaturas são deslocadas para a ocorrência. Essa tornozeleira, portanto, tem apenas essa função. Atualmente há 521 agressores de mulheres monitorados desta forma no Estado.
E a outra tornozeleira diz respeito a outros crimes, como de roubo, ficando sob responsabilidade de outra frente no Rio Grande do Sul: a Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo. Esse segundo equipamento seria o "comum", com possíveis restrições de deslocamento e afins.