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Detido no Carnaval estava em academia e polícia desconsidera suspeita

Tiago Ciro Tadeu Faria se entregou em uma lanchonete, depois que a polícia não o encontrou em sua casa. Ele era apontado como um dos autores das depredações no Centro de São Paulo durante o último protesto

19 jun 2013 - 15h38
(atualizado às 17h13)
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Um homem identificado como Tiago Ciro Tadeu Faria, conhecido por rasgar votos durante a apuração do Carnaval de São Paulo de 2012, foi detido e logo em seguida liberado pela polícia nesta terça-feira, depois que publicações em redes sociais o apontaram como o homem de branco flagrado quebrando as portas da prefeitura de São Paulo na terça-feira, em meio ao protesto no centro da capital paulista. 

Segundo o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas (Decade), a polícia buscou Tiago em sua casa, mas não o encontrou no local. "Ele fugiu dali, disse que ficou com medo, que um monte de gente começou a ligar para ele", afirmou o delegado. 

Momentos depois, após ser alertado por familiares que era procurado, o suspeito entrou em contato com a polícia, e afirmou que iria se entregar em uma lanchonete. Ele prestou depoimento na 1ª Delegacia Especializada ao Turista (Deatur), na rua da Cantereira.

De acordo com a polícia, Tiago não possui relação com o caso. "Ele disse que estava em uma academia na hora (em que aconteciam os atos de vandalismo na prefeitura). Tem imagem dele, tudo", afirmou o delegado. Logo após ser ouvido ele foi liberado.

De acordo com a equipe da 1ª Deatur, o suspeito de ter vandalizado a prefeitura foi identificado e está sendo buscado. Não há informação de qual seria seu nome.

O Terra tentou contato com a defesa de Tiago, mas não foi atendido até o momento da publicação desta matéria.

Suspeito rasgou notas no Carnaval

Faria ficou conhecido por pular a grade que separava os componentes das escolas de samba dos jurados para rasgar votos dados por eles durante a apuração do Carnaval de 2012. Na ocasião, ele foi detido pela Deatur. Ele foi solto posteriormente após pagamento de fiança. 

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40.

O prefeito da capital havia declarado que o reajuste poderia ser menor caso o Congresso aprovasse a desoneração do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) para o transporte público. A proposta foi aprovada, mas não houve manifestação da administração municipal sobre redução das tarifas.

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Fonte: Terra
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