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Como é o colete comprado pela PM de SP que falhou em teste balístico e foi perfurado; veja

Modelo foi reprovado e depois submetido a novo exame; SSP diz que equipamento cumpre normas nacionais e internacionais

24 abr 2025 - 22h03
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Os policiais militares do Estado de São Paulo começaram a receber na semana passada novos coletes à prova de balas, comprados pelo governo de São Paulo por meio do Centro de Material Bélico (CMB) da Polícia Militar.

O governo pagou R$ 33 milhões por 17 mil coletes fabricados pela empresa francesa Protecop, que venceu a licitação mesmo tendo um modelo perfurado durante um teste balístico realizado em novembro. Nesse mesmo teste, outros modelos da mesma marca foram aprovados, mas, conforme expresso no edital, a perfuração de um bastaria para justificar a reprovação da proposta de uma empresa.

Ao contrário do que foi estabelecido inicialmente no certame, a polícia permitiu que a empresa apresentasse uma nova amostra do colete perfurado, dias depois, para outro exame balístico. No segundo teste, o colete foi aprovado.

No relatório público de mensagens trocadas na licitação, o pregoeiro só havia reiterado aos concorrentes um entendimento de que o reteste deveria ocorrer numa mesma amostra, sem detalhar condições que permitiriam a apresentação de um novo colete. O procedimento adotado representou uma adaptação do que havia sido previsto no edital e reiterado durante o processo da licitação.

Três empresas protestaram em recursos contra a decisão da Polícia Militar de prosseguir com um novo exame do colete da Protecop, apesar da falha em um exame considerado crucial. Os pedidos de desclassificação foram negados.

Em notas à reportagem, a Secretaria Estadual da Segurança Pública afirmou que o produto adquirido cumpre normas nacionais e internacionais e que ele "já foi testado e considerado apto em outros três processos licitatórios" promovidos pela Polícia Militar, o que reforça "a confiabilidade e a qualidade do material".

A Protecop tem como principal fonte de faturamento negócios com o governo de São Paulo e é representada por Victor Hugo Acuña Muñoz, chileno que vive no Brasil. Não é a primeira licitação da PM vencida pela firma francesa.

Procurado, ele afirmou que o colete da Protecop "atende rigorosamente aos mais elevados padrões de segurança internacionais e nacionais" e disse que a substituição pôde acontecer porque tratou-se de "teste destrutivo".

O modelo que foi perfurado é o tamanho P padrão, um dos 21 tamanhos oferecidos. Segundo a apresentação oficial feita pela fabricante dentro do processo licitatório, todos os modelos pesam 4,8 kg por metro quadrado, podendo variar 3%, e são feitos em poliamida, poliéster e elastodienne.

O colete oferece proteção nível IIIA NIJ 0101.06 para o tórax, as costas e laterais. "É usado sobre a roupa e garante a proteção do usuário contra agressões durante o desempenho de sua missão, preservando a amplitude máxima de movimento", afirma o texto da Protecop.

"Pela forma ergonômica, o ajuste por auto-preensão nos ombros e nas laterais facilita a instalação do colete", segue o texto. "Todos os bolsos para os pacotes balísticos são facilmente acessíveis com fechos de velcro" e "as formas recortadas permitem que o usuário se mova facilmente, incluindo puxar, encostar, sentar, dirigir, correr, engatinhar e escalar sem impedimentos", informa o texto.

A capa do colete pode ser lavada na máquina, com água à temperatura de 30°C, e pode ser secada ao ar, em um cabide. Deve ser evitado o uso de máquina secadora.

Como foi o teste?

O relato do teste balístico, também constante do edital, afirma que o modelo P padrão foi submetido a seis disparos de calibre .44 Magnum, em diferentes pontos de impacto. O quinto disparo, com velocidade de 441 m/s, foi o que perfurou o colete.

Estadão
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