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Cão roubado na porta de um supermercado em SP é encontrado na Cracolândia

Polícia ainda procura autores do crime; casos semelhantes ocorrem em outras cidades brasileiras; muitos donos prestam queixa à polícia e buscam o auxílio de redes sociais para resgatar os pets

9 abr 2019 - 13h47
(atualizado em 10/4/2019 às 11h53)
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SÃO PAULO - Depois de quase uma semana de desespero com o roubo de seu cachorrinho Café na porta do supermercado Minuto Pão de Açúcar, localizado na Rua Muniz de Souza, no bairro Aclimação, no centro da capital paulista, a professora universitária Juana Diniz, de 44 anos, emociona-se com o reencontro. O filhote Shih Tzu foi entregue na tarde desta terça-feira, 9, pela Polícia Civil.

"Temos um final feliz. O Café voltou para casa. Agradeço a todos pelo apoio", comemorou Juana Diniz. Passado o susto, em casa, a alegria é contagiante com o retorno do filhote em segurança. Café fará um ano no próximo dia 21 e poderá celebrar o aniversário e o feliz reencontro com a família.

Por volta das 15h desta terça-feira, a investigadora do 6º DP (Cambuci), Daliane Saroba, e sua equipe foram até um hotel na Rua Barão de Piracicaba, 223, na região da Cracolândia.

"A dona do cachorrinho recebeu uma ligação de que o Café estava na Cracolândia e nos avisou. O dono do hotel viu reportagens e reconheceu o filhote. Confirmamos que o cachorro estava com ele. Fomos em quatro equipes até o hotel na Cracolândia", disse a investigadora.

Ao chegar ao hotel, o dono do estabelecimento apenas contou, sem dar detalhes, que havia comprado o cachorrinho de um terceiro por R$ 400. "Não informou nada sobre os autores do crime. Como o filhote estava sendo oferecido na Cracolândia, ficou com pena e o comprou. Ao ser questionado, ele se confundiu com as respostas, algumas vezes. Ainda mantemos as investigações para localizar os autores do roubo", destacou Saroba.

A investigadora explica que o cãozinho estava bastante assustado no momento em que ela o pegou no colo. Veio se escondendo no trajeto de carro até a delegacia. No 6º DP, a dona do Café o aguardava ansiosamente. "Quando o pegamos, ele estava com medo e querendo se esconder. Mas foi imediato. Assim que chegamos e ele viu a mãe, foi uma festa. Não precisamos de mais nada para comprovar que era mesmo sua dona. Para a Polícia Civil de São Paulo, vida é vida, toda vida tem valor, não importa se é ser humano ou animal. Até atrás de celular e carro, nós vamos atrás. Eu tenho cachorro e meu parceiro também. É um membro da família", reforçou Saroba.

Depois de analisar as imagens das câmeras fornecidas pelo supermercado, a polícia viu que se tratava de um furto de oportunidade e permitiu que Juana Diniz divulgasse em redes sociais. As investigações, porém, continuam porque os autores do crime ainda não foram localizados.

No último dia 4, a professora universitária foi ao supermercado Minuto Pão de Açúcar com seu cachorrinho Café. Como de costume, deixou o cão Shih Tzu preso em uma barra onde ficam os carrinhos de compra em frente à porta de entrada da loja. Não imaginava que quando voltasse, o filhote não estaria no mesmo lugar.

Cãozinho Café é roubado em frente à porta de entrada de um supermercado na Aclimação, na zona central de SP
Cãozinho Café é roubado em frente à porta de entrada de um supermercado na Aclimação, na zona central de SP
Foto: Juana Diniz/ Facebook / Estadão

"Tem um espaço para deixar cachorros, mas fica na lateral, por isso eu deixo na barra de carrinhos que fica bem na entrada. Além disso, não tem vigilante na porta, essa é a grande questão", disse Juana.

Ela lembra que chegou ao estabelecimento por volta das 19h. "Deixei o carro em um posto de gasolina para trocar o óleo. Como ia demorar, aproveitei para comprar maçãs. Não fiquei nem 10 minutos dentro da loja", falou.

O desespero veio no momento em que a porta automática abriu e Juana viu apenas a guia do Café.

As imagens divulgadas pelo estabelecimento mostram que um casal a seguiu, pegou o cão e foi embora tranquilamente. Dois clientes aparecem no vídeo saindo no mesmo momento da loja, mas como o filhote é muito dócil, ele não expressou nenhuma reação. "Ele está acostumado a conviver com muitas pessoas, muitos amigos", destacou.

"Não me lembro de nada. Apenas do meu desespero. Comecei a gritar: Café, Café, Café. Não pensei em nada. Achei que tivesse escapado. Aí, algumas pessoas vieram me ajudar e viram que tinham câmeras de segurança. Pedi para os funcionários e vi nas imagens um homem pegando o Café. Ele deve ter aproximadamente 40 anos. A mulher que estava junto com o homem aparece no vídeo segurando o braço dele por duas vezes, mas não é possível saber se tentava impedi-lo ou incentivá-lo a pegar o Café. Perguntei para todos se reconheciam o casal, mas todos negaram", detalhou ainda bastante emocionada.

Juana ligou para a polícia ainda da loja. Uma viatura foi até o local e a acompanhou até uma comunidade da região. "Todos disseram que não sabiam de nada", disse.

Ao chegar em casa, mais uma situação difícil e de desespero. Dar a notícia aos filhos de 8 e de 11 anos. A professora conta que não paravam de chorar. "O Café faz parte da nossa família. A reação dos meus filhos foi péssima. Do meu marido também", afirmou.

No dia seguinte, ela fez o Boletim de Ocorrência (BO) no 6ºDP (Cambuci). Uma equipe está investigando o roubo.

A rotina da casa também foi afetada. "Meus filhos acordam tranquilos, sempre na esperança de que o Café vai retornar nesse dia. Mas à noite, choram bastante. Minha filha até deita na caminha dele. Nosso filhote é muito amoroso. Sempre que alguém chega, pula sem parar até que a gente o pegue no colo", ressaltou ela.

No dia 21 de abril, Café completa um ano e a família mantém os planos de fazer sua festinha de aniversário e comemorar o reencontro.

Estadão
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