Script = https://s1.trrsf.com/update-1764790511/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Brasil entra no centro da corrida global por proteção quântica com a visita do especialista Michele Mosca

Ele desembarca no país para discutir riscos cibernéticos de próxima geração e acelerar a preparação nacional diante do avanço dos computadores quânticos

5 dez 2025 - 19h30
Compartilhar
Exibir comentários

O Brasil recebe, neste momento decisivo da corrida global pela segurança quântica, a visita do canadense Michele Mosca, uma das maiores autoridades do mundo em criptografia resistente a futuros ataques gerados por computadores quânticos. Sua presença no país, com compromissos em São Paulo e participação no Quantum Business, na Bahia, não ocorre por acaso. Ela se insere em uma fase em que governos, empresas e centros de pesquisa se mobilizam para compreender e mitigar a ameaça mais séria já projetada contra a infraestrutura digital mundial. O avanço da computação quântica, reconhecido pela ONU ao declarar 2025 como o Ano Internacional da Ciência e Tecnologia Quântica, intensificou a percepção global de que a segurança atual está diante de um limite histórico. 

Especialista Michele Mosca
Especialista Michele Mosca
Foto: Reprodução/ University of Waterloo / Perfil Brasil

Mosca chega ao Brasil com uma mensagem direta: o momento de agir é agora. Formulador da Desigualdade de Mosca, instrumento adotado internacionalmente para determinar quando uma organização deve iniciar a migração para criptografia pós-quântica, ele alerta que a maior parte dos sistemas que protegem bancos, telecomunicações, energia, portos, aeroportos, óleo e gás e órgãos públicos não está preparada para resistir à capacidade computacional que se aproxima. Para o especialista, o risco não é abstrato. Já existem ataques em que grupos roubam dados hoje para descriptografá-los futuramente, quando computadores quânticos plenamente capazes estiverem disponíveis. Esse fenômeno silencioso já é monitorado por diferentes países e exige antecipação imediata. 

A urgência se reforça quando se observa o ritmo da evolução tecnológica. Enquanto a computação clássica opera de forma linear, a computação

quântica utiliza princípios como superposição e entrelaçamento para analisar milhares de possibilidades simultaneamente. Pesquisadores da Google, da IBM e da Microsoft já demonstraram processadores capazes de realizar, em minutos, cálculos que levariam trilhões de anos para serem resolvidos pelos supercomputadores mais poderosos da atualidade. Em temperaturas mais baixas que as do espaço sideral, esses chips exploram fenômenos quânticos capazes de impulsionar operações impossíveis para máquinas convencionais. Esse salto coloca em risco toda a criptografia usada hoje para proteger dados sensíveis e operações vitais para o funcionamento da sociedade. 

É justamente por isso que a visita de Michele Mosca assume importância estratégica. Ele chega a um país que se movimenta para ocupar espaço nas discussões internacionais, mas que ainda enfrenta lacunas estruturais em segurança digital e resiliência criptográfica. Sua agenda no Brasil inclui encontros com clientes e parceiros em São Paulo e participação central no Quantum Business, evento organizado pelo QuIIN, o hub de inovação quântica do SENAI CIMATEC, em Salvador. O QuIIN se consolida como um dos principais polos brasileiros dedicados ao desenvolvimento de tecnologias quânticas, conectando empresas, universidades e centros de pesquisa para acelerar soluções orientadas a setores estratégicos. 

Para Valéria Loureiro da Silva, coordenadora do QuIIN, a chegada de Mosca reforça o movimento de posicionar o Brasil na linha de frente da preparação para a era quântica. Ela destaca que a discussão vai além de oportunidades tecnológicas e se relaciona diretamente à soberania digital e à competitividade econômica do país. A migração para sistemas resistentes a ataques quânticos exige planejamento, investimentos, testes e compreensão clara de que a segurança dos dados não pode esperar a maturidade total dos computadores quânticos para ser revista. 

A permanência de Mosca no Brasil, portanto, serve como alerta e como oportunidade. Alerta porque a janela para atualizar infraestruturas críticas é curta e o risco aumenta à medida que empresas de tecnologia anunciam avanços sucessivos. E oportunidade porque o país, ao trazer um dos especialistas mais influentes dessa área, posiciona-se para entender melhor esse novo cenário e agir de forma coordenada, reduzindo vulnerabilidades e criando bases sólidas para uma transição segura. 

O debate sobre segurança quântica deixou de ser teórico. A ameaça é real, crescente e já influencia decisões estratégicas em todo o mundo. A visita de Michele Mosca ao Brasil antecipa uma discussão que precisa ganhar escala nacional e coloca o país no mapa das nações que buscam responder, com planejamento e ciência, ao desafio tecnológico mais complexo da era digital.

*Fonte: Assessoria 
Perfil Brasil
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade