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'Bolsonaro não foi descortês com Greta', diz porta-voz da Presidência

Presidente chamou a ativista de 'pirralha' depois de ela afirmar que povos indígenas estavam sendo assassinados no Brasil por proteger florestas

10 dez 2019 - 18h25
(atualizado às 18h33)
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BRASÍLIA - O porta-voz da Presidência República, Otávio Rêgo Barros, comentou nesta terça-feira, 10, a declaração do presidente Jair Bolsonaro em que chamou a ativista Greta Thunberg, de 16 anos, de "pirralha". Mais cedo, em fala no Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse que era "impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí".

A declaração de Bolsonaro ocorre após a ativista contra os efeitos das mudanças climáticas ter afirmado, no domingo, 8, que os povos indígenas do Brasil estão sendo assassinados por proteger as florestas.

Para o porta-voz, contudo, a fala do presidente não foi inadequada. "Sob ponto de vista gramatical, presidente não foi inadequado ou descortês com Greta", disse. Ele justificou fazendo referência à definição gramatical da palavra. "Onde que o presidente foi inadequado ou descortês com Greta? Ela é uma pirralha: é uma pessoa de pequena estatura e é uma criança", declarou.

Em resposta à declaração de Bolsonaro, Greta trocou a descrição em sua conta oficial no Twitter para "pirralha". Ela já alterou seu perfil em outras ocasiões, quando foi ironizada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e criticada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Greta Thunberg iniciou em agosto de 2018 um movimento que passou a inspirar jovens ao redor do mundo quando começou a faltar às aulas nas sextas-feiras, o Fridays for Future, para pedir ações mais efetivas do governo sueco contra as mudanças climáticas.

Em setembro deste ano, às vésperas da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, a greve do clima atraiu milhões de pessoas em 135 países. Em Nova York, com a liderança de Greta, foram cerca de 250 mil pessoas. Foi também na ONU que proferiu seu discurso mais contundente até então, quando disse que os jovens não perdoariam os líderes mundiais se eles falhassem com essa geração.

Estadão
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