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Balas usadas em assassinato de Marielle fazem parte de lote desviado da PF que já foi usado em outros crimes

17 mar 2018 - 02h04
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As balas usadas no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) fazem parte de um lote problemático da PF que foi desviado na década passada e já gerou uma série de crimes, disse à Reuters uma fonte próxima às investigações do assassinato da parlamentar.

Manifestantes fazem protesto por morte da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro
 15/3/2018   REUTERS/Ricardo Moraes
Manifestantes fazem protesto por morte da vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro 15/3/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

Segundo a fonte, que falou sob a condição de anonimato, já foram registrados nos últimos anos mais de 50 delitos com o mesmo lote de munição que foi usada para a execução da vereadora.

"Esse lote de munições já tem mais de 50 ocorrências registradas na PF", disse a fonte. "Foram os mais diversos e diferentes delitos com essas munições", acrescentou.

O lote foi comprado pela PF em 2006 e munições foram desviados.

"Esse lote foi desviado ou roubado lá atrás", frisou a fonte ao destacar que mortes, assassinatos e chacinas já foram investigadas Brasil a fora com essa munição.

Mais cedo, a PF informou, em comunicado, que abriu inquérito para apurar a origem da munição usada no assassinato de Marielle e de seu motorista, assim como as circunstâncias envolvendo as cápsulas encontradas no local do crime.

Uma segunda fonte próxima a investigação revelou à Reuters que as investigações estão adiantadas.

"Não vai demorar a solução do caso. Não se deve esperar 60 dias para se concluir. Já se tem as cápsulas, identificação do carro clonado usado na ação e o carro original", disse a fonte. "O que se tenta agora é encontrar a motivação para o crime."

As investigações apontam que os autores do crime seriam policiais dada a sofisticação do crime e a precisão dos tiros.

"Tudo indica que foram policiais; temos que descobrir o motivo, mas não tinha contra ela nenhuma ameaça ou coisa do gênero", frisou a fonte.

A PF está ajudando a polícia do Rio na apuração o que facilita e agiliza as investigações.

"Alguém disse que o local do crime foi escolhido a dedo, mas esqueceram de dizer que o trajeto usado da Lapa até o Estácio tem muita câmera que está sendo usado na investigação" concluiu a fonte.

Marielle, de 38 anos, e o motorista Anderson Pedro Gomes foram mortos na noite de quarta-feira no Rio quando pessoas em um veículo emparelharam com o carro da vereadora e atiraram, atingindo a parlamentar com quatro tiros na cabeça.

Os criminosos não levaram nada no local. A motivação do crime está sendo investigada pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio, inclusive a hipótese de execução.

Uma assessora que estava com Marielle sobreviveu ao ataque, sofrendo ferimentos por estilhaços.

O assassinato, que ocorreu em meio à intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, levou a uma onda de protestos em várias cidades do país na quinta-feira.

Autoridades do governo do presidente Michel Temer lamentaram o crime, mas afirmaram que o caso não coloca em xeque a intervenção federal na segurança pública fluminense.

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