Autoaceitação em foco entre as mulheres
Ao relatar superação da ansiedade e da necessidade de validação, a atriz Paolla Oliveira levantou uma discussão sobre o impacto do julgamento externo na imagem corporal feminina
A atriz Paolla Oliveira compartilhou recentemente um depoimento sobre a sua jornada em direção à autoaceitação e à relação com o próprio corpo, reacendendo um debate relevante sobre a pressão estética na vida das mulheres. A artista descreveu ter sentido ansiedade, manifestada por reações como "boca seca" e "falta de ar" ao se deparar com críticas sobre sua aparência. Ela interpretava a crítica como se tivesse cometido um erro.
No entanto, a atriz narrou a sensação de "libertação" ao alcançar um ponto de tranquilidade e perceber que a validação do seu corpo não dependia mais da opinião alheia. "Foi libertador perceber que eu não precisava mais da validação dos outros pra me sentir em paz comigo," afirmou Paolla.
A declaração da atriz foi analisada por Renata Fornari, especialista em autoconhecimento e autoamor. Segundo a especialista, o relato de Paolla Oliveira reflete a realidade de um grande número de mulheres. Renata Fornari observou que o ambiente digital e a internet potencializaram o olhar julgador que já existia internamente, transformando a comparação em um reflexo coletivo. Esta constante exposição e comparação contribui para que muitas mulheres vivam em conflito com o próprio corpo, buscando incessantemente se adequar a modelos estéticos que são fluidos e mutáveis.
A especialista argumenta que a origem da autocrítica excessiva está ligada ao receio de não ser suficiente. Segundo Fornari, mulheres que se criticam de maneira acentuada frequentemente aprenderam que a aceitação e o afeto estavam condicionados ao ato de agradar, de buscar a perfeição ou de se encaixar em determinado padrão estético. A especialista afirmou que o corpo se torna, assim, o campo de manifestação de uma dor emocional mais profunda, anterior às questões visuais.
Renata Fornari indicou que a chave para a liberdade não está em blindar-se contra o julgamento externo, mas sim em desmantelar as "armaduras emocionais" que sustentam a autocrítica interna. Ela defende que a verdadeira liberdade ocorre quando se cessa o autojulgamento, pois a reconciliação com a própria imagem diminui o poder da opinião de terceiros.
A especialista é a fundadora do movimento "Ouse Ser Você" que trabalha a libertação de quatro perfis de bloqueio emocional: a Controladora, a Autossuficiente, a Invisível e a Sabotadora. A mensagem central, segundo Renata Fornari, é que a cura se inicia com o reconhecimento de que não é necessário ser "forte o tempo todo." O depoimento de Paolla Oliveira serve como um lembrete público de que a aceitação da própria humanidade é um passo crucial para a saúde mental e o bem-estar feminino.