Ex-namorado de adolescente encontrada morta em SP se apresenta à policia; Justiça nega prisão dele
Polícia Civil acredita que vítima foi seguida desde que pegou o ônibus, após sair do serviço; caso ainda é investigado
O ex-namorado de Vitória Regina de Sousa, adolescente de 17 anos encontrada morta em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo, se apresentou à polícia nesta quinta-feira, 6, para prestar esclarecimentos.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
O delegado Aldo Galiano Junior afirmou, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 6, que chegou a pedir a prisão temporária de Gustavo Vinícius, de 26 anos, devido a inconsistências em seu depoimento, mas ainda investiga se há envolvimento dele no crime. A Justiça, no entanto, negou o pedido de prisão.
"A menina [Vitória] desapareceu por volta de 0h15 e 0h30, e ele disse [à polícia] que estava com outra garota, o que essa outra menina confirmou. Só que nós temos uma prova contundente que ele estava perto do cenário do crime por volta de 0h35", afirmou a autoridade policial.
Além disso, segundo Galiano, Vitória havia mandado mensagem para Gustavo Vinícius pedindo carona do ponto final do ônibus até a casa dela.
"Ele diz que abriu essa mensagem apenas às 4h da manhã. Só que, antes desse horário [em que ele supostamente teria aberto a mensagem], a família dela já havia mandado mensagem para ele, dizendo que a Vitória estava desaparecida, que estavam preocupados e pedindo que ele avisasse se soubesse de algo. E ele se limitou a responder 'ok'. Então, ele disse que não teria aberto as mensagens até às 4h, mas, às 0h35, ele já tinha aberto as mensagens. Ou seja, houve aí uma contradição", disse o delegado.
Investigação
Vitória morava na região de Cajamar e trabalhava em um restaurante do shopping. Até que, no fim de fevereiro, durante uma noite, ela saiu do trabalho, entrou em um ônibus para ir para sua casa, mas não chegou.
Durante o trajeto, em uma troca de mensagens no WhatsApp com uma amiga, Vitória comentou que estava com medo por conta de dois rapazes que estavam no ônibus. Nenhum deles desceu no mesmo ponto que ela. Ela chegou a relatar à amiga que estava mais aliviada.
"A partir daí temos um cenário em que foi visto o Corolla que era usado pelo ex-namorado dela. E dois rapazes que mexeram com ela no ponto de ônibus, que foram localizados, e o carro submetido à perícia. E esses dois ela também mandou mensagem que estava com medo. Então, acreditamos que ela já estava com previsão que algo poderia ocorrer com ela. E o descaso do namorado que recebeu a mensagem, além da inconsistências de horários [citadas por ele]".
Segundo a autoridade policial, o ex-namorado será ouvido novamente, e a Polícia Civil acredita que ela foi seguida desde que pegou o ônibus, após sair do serviço.
Até o momento, a polícia investiga sete pessoas: o ex-namorado, um ex-ficante, os dois homens que entraram no ônibus com ela e dois homens que estavam em um veículo e teriam a assediado. O sétimo investigado é um amigo de Gustavo, dono do carro que foi emprestado a ele e visto próximo ao cenário do crime. Esse amigo do ex-namorado da vítima ainda não foi localizado pela polícia.
Além disso, Galiano afirmou que, entre as linhas de investigação, a polícia apura a possibilidade de vingança, devido aos requintes de crueldade e ao cabelo raspado da vítima, e uma suposta participação de uma facção criminosa.