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Cartilha interna dos Correios diz que "proposta sexual feita sem insistência" não é assédio

Documento foi retirado do ar após críticas e pedido de responsabilização

27 jan 2023 - 11h07
(atualizado às 11h08)
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Cartilha interna dos Correios define erroneamente o que não é assédio
Cartilha interna dos Correios define erroneamente o que não é assédio
Foto: Agência Senado

A cartilha “Prevenção e enfrentamento à violência no trabalho” disponibilizada para a equipe de trabalho dos Correios em Outubro de 2022, veio a público e chocou pelos direcionamentos. O documento com diretrizes de conduta na empresa alega que "conduta inconvêniente numa festa de trabalho, onde um colega ou chefe, após algumas doses a mais, faz comentários de duplo sentido e lança olhares sedutores", não é considerado assédio. O conteúdo da cartilha foi revelado pelo jornal O Globo.

Segundo o texto, a proposta sexual também é permitida, desde que "seja feita sem insistência, e sem ameaça ou pressão". A indicação é contrária à própria legislação trabalhista que afirma que, especialmente em casos que envolvem hierarquia superior, qualquer conduta sexual é considerada assédio sexual. 

Conteúdo da cartilha vem sendo publicado por usuários nas redes sociais
Conteúdo da cartilha vem sendo publicado por usuários nas redes sociais
Foto: Reprodução Instagram

Atualmente sob a gestão do presidente interino Heglehyschynton Valério Marçal, uma indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os Correios retiraram a cartilha da plataforma interna da empresa na quinta-feira (26). Em nota, os Correios afirmaram que a empresa elaborou o documento com base em "bibliografias externas" e está "revisitando as fontes consultadas para avaliar a necessidade de adequações". 

Segundo O Globo, o sindicato dos trabalhadores da empresa no Rio Grande do Sul publicou nota em que exigia a retirada da cartilha e a responsabilização dos autores do conteúdo.“O material não é apenas mal feito, é uma agressão a todas mulheres e homens que lutam diariamente contra a violência e o assédio, contra todas as vítimas que já sofreram e sofrem com o descrédito social em busca de justiça”, diz o texto divulgado pelo sindicato.

Fonte: Redação Nós
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