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Associação volta à ativa para defender direitos das pessoas com deficiência no Brasil enquanto multinacionais seguem ordens dos EUA contra a diversidade

Episódio 181 da coluna Vencer Limites no Jornal Eldorado (Rádio Eldorado FM 107,3 SP).

11 mar 2025 - 07h31
(atualizado às 09h40)
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Após cinco anos de atividades interrompidas por causa da pandemia de covid-19, a Abridef (Associação Brasileira da Indústria, Comércio e Serviços de Tecnologia Assistiva para Pessoas com Deficiência) volta à ativa em meio a incertezas sobre os direitos da população com deficiência causadas por mudanças na legislação do nosso País com a reforma tributária e o corte de gastos do governo.

Criada originalmente em 2010, a Abridef reúne fabricantes, importadores, revendedores de equipamentos, automóveis, prestadores de serviços, despachantes, autoescolas, clínicas de reabilitação e outras áreas.

"Por mais de uma década, a Abridef foi referência nas lutas do segmento, não só com interesses comerciais, por ser patronal, mas também institucionais e sociais. O foco principal sempre foi a pessoa com deficiência", diz Rodrigo Rosso, ex-presidente da instituição e responsável neste momento pela reativação da associação. "Pela força que a Abridef conseguiu entre instituições governamentais, ministérios, agências, órgãos públicos e parlamentares, outras associações do nosso segmento acabaram se aproximando e se tornando membros", conta Rosso. "Com a chegada da pandemia, todas as empresas associadas passaram por um período econômico crítico, a Abridef era mantida por mensalidades e a maioria suspendeu os pagamentos, ficamos sem recursos para manter a sede em São Paulo, na região do Parque Villa Lobos, com funcionários, as atividades e o funcionamento geral. Então, a diretoria na época tomou a decisão de suspender as atividades", explica.

Rosso afirma também que, a partir da pandemia, o mercado voltado à população com deficiência tem enfrentado uma regressão e ainda não conseguiu voltar ao mesmo volume que apresentava no começo da década de 2020.

"Muitas empresas fecharam ou estão passando por dificuldades. As vendas de automóveis com isenção, um termômetro para o sucesso do mercado como um todo, despencaram, muitos direitos e benefícios foram perdidos nesses últimos cinco anos. Sem a Abridef, o segmento perdeu força e visibilidade como economicamente ativo, principalmente nas relações com o governo", diz.

A inauguração da nova sede, na Avenida Paulista, está prevista para este mês, assim como a escolha da nova presidência e da diretoria. Cinco empresas estão unidas na iniciativa e temas prioritários já foram escolhidos para ação imediata. "Primeira coisa é a reforma tributária. Também temos a instabilidade das linhas de crédito no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. E a questão do (Benefício de Prestação Continuada (BPC)", afirma o ex-presidente da Abridef.

Portas fechadas - Rodrigo Rosso também é o organizador da feira 'Mobility & Show' + Expo Braille 2025?, prevista para maio, em São Paulo, mas patrocínios já confirmados foram retirados porque a truculência do atual governo dos Estados Unidos contra a diversidade já dita regras entre grandes corporações multinacionais e gera um desmonte em larga escala de práticas para equidade e inclusão. Na semana passada, em seu primeiro discurso ao Congresso dos EUA, o presidente Donald Trump enalteceu as próprias ações contra o setor.

"Nós encerramos a tirania das chamadas políticas de diversidade, equidade e inclusão em todo o governo federal, bem como no setor privado e em nossas forças armadas. E nosso país não será mais woke! Acreditamos que, seja você médico, contador, advogado ou controlador de tráfego aéreo, você deve ser contratado e promovido com base em habilidade e competência, não em raça ou gênero. Muito importante. Você deve ser contratado com base no mérito. E a Suprema Corte, em uma decisão corajosa e muito poderosa, nos permitiu fazer isso. Obrigado. Muito obrigado. Nós removemos o veneno da da teoria crítica da raça de nossas escolas públicas, e eu assinei uma ordem tornando política oficial do governo dos Estados Unidos que só existem dois gêneros, masculino e feminino", disse Trump.

"Pessoas com deficiência serão prejudicadas por essa política que na mira nas populações LGBT e negra. Uma grande empresa do setor de tecnologia resolveu não participar do evento, exatamente por causa dessa nova ordem da matriz nos EUA. Empresas nacionais do setor financeiro e outras multinacionais com filial no Brasil também já começaram o desmanche em seus departamentos de diversidade. Em curto espaço de tempo, isso vai prejudicar diretamente a pessoa com deficiência. Investimentos da iniciativa privada no fomento cultural, artísitico e em eventos voltados para a temática, que já ficavam com a menor fatia do bolo, até de maneira desproporcional, quando os investimentos na diversidade eram destinados, agora vão zerar de vez", avalia Rodrigo Rosso.

Estadão
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