Ação com grafite conscientiza sobre a violência contra a mulher com sinais de agressões
Com o nome "Não Deixe Ela Virar Paisagem", iniciativa irá mapear as reações das pessoas a sinais de violência contra a mulher
Para celebrar o Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, data lembrada em 25 de novembro, o Instituto Gloria, que tem como foco a promoção da equidade de gênero, deu início a uma ação para mostrar que a violência contra a mulher não pode virar paisagem. Nas redes sociais, a ação é chamada de #NãoDeixeElaVirarPaisagem.
Através do grafite, uma mulher foi desenhada em duas paredes de estações de metrô em Brasília. O desenho retratou uma mulher feliz com sua rotina e, com o passar dos dias, sofreu alterações que indicavam os cinco tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, patrimonial, moral e sexual.
Depois dessa intervenção, o instituto irá mapear as reações das pessoas aos sinais de violência contra a mulher mostrando que, muitas vezes, os casos se tornam “paisagens”. Ou seja, a violência contra a mulher, em algumas ocasiões, é vista como algo comum na sociedade atual e, por isso, não provoca mais uma reação significativa nas pessoas.
Os grafites e a arte digital foram finalizados no dia 24 de novembro revelando a seguinte mensagem: "Vários tipos de violência aconteceram nesse muro, mas muita gente não percebeu. Não deixe a violência contra a mulher virar paisagem. Denuncie. Ligue 180”. No mural, há também um QR Code, que direciona as pessoas para que possam ver a transformação completa da obra em um sistema de realidade aumentada.
“Participar do projeto de conscientização contra a violência à mulher com o Instituto Glória e a artplan foi uma jornada intensa e significativa. Ao pintar um mural dinâmico na estação Praça do Relógio, em Taguatinga, durante uma semana, pude traduzir visualmente os diferentes tipos de violência enfrentados por mulheres. A cada dia, com pequenas alterações na arte, busquei envolver a comunidade e direcionar o olhar para uma realidade muitas vezes negligenciada. A experiência foi não apenas artística, mas também uma poderosa forma de promover diálogos cruciais sobre a importância de combater ativamente a violência contra mulheres e meninas. Estou grata por contribuir para essa causa vital”, declarou a artista Key Amorim, uma das responsáveis pelas obras.
Além de Key, a artista Ganjart também fez parte da iniciativa. Uma diferença marcou o trabalho das duas artistas no projeto: enquanto Key Amorim ilustra uma mulher negra, Ganjart desenha uma mulher branca. O objetivo é sinalizar que a violência doméstica não escolhe cor, etnia ou classe social.
A iniciativa também contou com mobiliários urbanos espalhados pelo município, com réplicas da artista Key reproduzidas digitalmente. Já a figura da mulher representada por Ganjart foi projetada em alguns painéis da cidade, seguindo a mesma lógica do mural.
“Participar do projeto de combate à violência contra a mulher foi uma experiência transformadora e emocionante. Contribuir para a conscientização e apoio às vítimas é fundamental para construir uma sociedade mais justa e segura, onde todas as mulheres possam viver livres de violência”, afirmou Ganjart.