Guerra fria continua sob o Mar de Barents
Terça, 15 de agosto de 2000, 15h31min
Mais de dez anos depois do fim da guerra fria, os submarinos da Rússia e da OTAN ainda se enfrentam nas profundezas do mar de Barents, onde o Kursk continua encalhado. "A guerra fria continua sob o gelo", disse Paul Beaver, especialista da revista Jane's Defence Weekly. "eles continuam a se seguir, monitorar e jogar uns contra os outros", disse. "Sob as águas geladas do mar que limita com o Oceano Ártico, a tensão entre os dois ex-blocos rivais não desaparaceu com o fim da União Soviética", disse Joanna Kidd, especialista de assuntos navais do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, com sede próxima a Londres. "Tudo continua, mas num nível bem inferior, principalmente porque a Rússia já quase não leva os submarinos à água. Saber o que se passa lá embaixo é uma prioridade para a OTAN", assinalou. O Mar de Barents é uma região de treinamento privilegiada da importante Frota do Norte russa, e por isso é também uma região de observação de primeira ordem para os serviços de espionagem ocidentais. Além disso, a vontade da OTAN de incluir os países da Europa Oriental, que Moscou considera como uma ameaça para sua segurança, deu um novo destaque às tensões leste-oeste, destacou Margot Licht, presidenta do Centro de estudos internacionais da London School of Economics. "Com certeza se observam muito, sobretudo porque os países da OTAN e os candidatos a aderir à organização realizam há vários anos exercícios em comum, sem a Rússia. Todos os especialistas entrevistados descartaram a idéia de que uma colisão com um submarino estrangeiro tenha sido a causa do acidente do submergível "Kursk", uma embarcação ultramoderna encalhada no fundo do Mar de Barents. "Não creio que isso possa vir a ocorrer", disse Kidd, agregando: "uma colisão constituiria um grande erro por parte de ambos". "É mais provável que o submarino tenha entrado em colisão com outro navio russo, já que cerca de trinta barcos e submarinos participavamn dos exercícios militares russos no Mar de Barents", opinou. Essas manobras constituem a maior movimentação da Frota do Norte em vários anos, e o prelúdio do envio de um porta-aviões russo ao Mediterrâneo oriental antes do final do ano, segundo contou a especialista.Leia mais: » Noruega acompanha permanentemente situação do Kursk » Acidente do submarino afeta ambições da frota russa » Noruega examina água do local do acidente com o Kursk » Condições meteorológicas são cruciais para o Kursk » Meios possíveis para socorrer tripulação do Kursk » Começa operação de resgate da tripulação do Kursk » Submarino pode ter batido em mina da II Guerra Mundial » Resgate de tripulação pode ocorrer nas próximas horas » Reino Unido oferece equipamentos aos russos » Tripulação de submarino russo continua viva, diz Marinha » Submarino russo representa poucos riscos para o ambiente » Segue o drama dos tripulantes do submarino nuclear russo » Resgate do submarino russo tem que acontecer em 48h » Tripulação de submarino preso recebe oxigênio » Nenhum submarino dos EUA está envolvido no acidente » Submarino teria colidido com embarcação estrangeira » Tripulantes de submarino russo podem estar mortos » Noruega faz reunião para discutir crise com submarino » Equipe tem difuldade para resgatar tripulação » Noruega oferece ajuda em resgate » Marinha russa nega relatos sobre acidente » Chances de resgate em submarino russo são poucas » Principais acidentes de submarinos nucleares » Brasil prepara submarino nuclear » Veja a animação
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