Vai curtir o friozinho no interior? Não esqueça de revisar o carro
Cuidados com o veículo antes de pegar a estrada evitam imprevistos no caminho e gastos desnecessários com manutenção corretiva; veja dicas de especialistas
Há meses, o frio vem castigando algumas regiões do País. Mas, sempre há quem goste e prefira, justamente, essa época do ano para passear. E se você faz parte desse grupo que vai pegar a estrada para curtir alguma cidade do interior - ou vai do interior para a capital -, não saia de casa sem antes revisar o carro. A manutenção preventiva é o primeiro passo para garantir a segurança e, ao mesmo tempo, evitar dores de cabeça, como panes e falhas nos freios, por exemplo. A checagem é essencial e, inclusive, pode evitar acidentes.
Para não ficar na mão durante a viagem, é fundamental tomar alguns cuidados. Isso pode ser feito tanto na garagem de casa quanto em uma oficina mecânica de confiança, com profissionais preparados para diagnosticar, avaliar e corrigir as falhas dos sistemas. Cabe pontuar que a revisão, além de garantir segurança e conforto, também pode ajudar na economia financeira, evitando gastos desnecessários com manutenção corretiva - sempre mais cara do que a preventiva.
Além disso, realizar a troca de óleo, dos filtros de óleo, combustível, ar e de cabine, das palhetas do para-brisa e verificar o nível do fluido de arrefecimento evita emergências e garante segurança para os ocupantes do carro. Cabe pontuar que em veículos com tipo de uso mais severo, cujo motor trabalha fora de sua faixa ideal de temperatura, a troca de óleo deve considerar o tempo e não apenas a quilometragem. Consulte o manual do proprietário.
Pneus e freios
Único meio de contato com o solo, os pneus são essenciais para garantir segurança. Por isso, dirigir com pneus desgastados ou calibrados fora do padrão especificado afeta a aderência do veículo e aumenta a distância de frenagem. Além disso, em pisos molhados, eleva o risco de aquaplanagem. Tendo isso em mente, verifique se os sulcos dos pneus estão dentro do limite (mínimo de 1,6 milímetros de profundidade) e a marcação TWI (Tread Wear Indicator, que indica o desgaste da banda de rodagem) para entender se há necessidade de substituição dos componentes.
"Sempre calibre os pneus conforme o manual, inclusive o estepe. Sobretudo, use um calibrador confiável e faça o procedimento sempre com os pneus frios. Verifique também o estado das válvulas e o prazo de validade dos componentes", indica Victor Araujo Pedrão, analista técnico automotivo da Oficina Brasil.
Outra dica é conferir periodicamente o estado de conservação dos pneus e, se identificar algum desgaste irregular, corte ou bolha na lateral, avalie a necessidade de troca. É importante também manter a calibragem indicada pelo fabricante, conferindo a cada 15 dias e com os pneus ainda frios. Isso pode influenciar até no consumo de combustível. Ainda que estejam em boas condições, fique atento ao balanceamento e alinhamento. Se o volante do veículo vibrar ou puxar para um lado, é hora de fazer o serviço em um local especializado.
Fique atento aos sinais do sistema de freios. Se perceber vibrações ou barulhos anormais, bem como pedal indo até o final do curso ao acioná-lo ou freio de estacionamento muito alto (acima dos cinco cliques) é hora de levar a um especialista para verificar a situação. "É importante também sempre checar o nível do fluido de freio e nunca completá-lo, exceto em emergências", indica Danilo Ribeiro, coordenador do centro de tecnologia treinamento e inovação da DPaschoal. Dica: o fluido de freio deve ser trocado, em média, a cada 40 mil quilômetros (ou 2 anos).
De acordo com Cleber Willian Gomes, professor de engenharia mecânica da FEI, por mais moderno que seja o veículo, a condição das pastilhas de freio e dos pneus são vitais e, por isso, o nível de desgaste precisa ser avaliado antes de pegar estradas ou até mesmo para rodagem dentro das cidades. "Uma forma de perceber o fim da vida útil das pastilhas é quando se ouve um ruído no momento em que o freio é acionado com o veículo em movimento", pontua.
Sistema de iluminação falho dá multa
Outro cuidado essencial que todo motorista deve tomar antes de botar o pé na estrada é conferir o sistema de iluminação e sinalização do carro. Faróis, lanternas, luzes de freio e setas precisam estar funcionando perfeitamente. Quando uma lâmpada queimar - dos faróis, por exemplo -, indica-se a substituição de ambos os lados, a fim de manter o equilíbrio da iluminação.
De acordo com o artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conduzir o veículo com defeito no sistema de iluminação, de sinalização ou com lâmpadas queimadas é infração média. Isso rende quatro pontos no prontuário do condutor e multa no valor de R$ 130,16.
Por falar em gastos, todo motorista quer evitar multas, correto? Portanto, antes de pegar a estrada, cheque os itens obrigatórios do carro, como triângulo, estepe, chave de roda e macaco. Todos precisam estar em bom estado, conforme manda a lei.
A bateria, por fim, é a fonte de energia do veículo. Por isso, deve ser verificada com frequência. Se perceber que o sistema elétrico está apresentando falhas ou que o carro tem dificuldade ao ligar, leve-o a um centro automotivo e peça o teste de voltagem do componente. Fique atento também à validade, que tem média de dois anos, para saber se é o momento da troca. "Uma bateria saudável deve apresentar tensão superior a 12,4V com o motor desligado. Com o motor ligado, o valor ideal fica entre 13,8V e 14,5V", indica Pedrão.
Siga o Jornal do Carro nas redes sociais!