Repsol processa Chevron por "concorrência desleal" na Argentina
A petroleira espanhola Repsol abriu um processo em um juizado madrilenho contra a Chevron por "concorrência desleal", depois que a petroleira americana chegou a um acordo com sua ex-filial YPF para explorar a jazida de Vaca Muerta, informou nesta segunda-feira um porta-voz da Repsol.
Um juizado mercantil de Madri já admitiu o trâmite da acusação, que complementa a apresentada em setembro passado nessa mesma sede judicial pela Repsol contra sua ex-filial argentina, expropriada em maio pelo governo de Cristina Kirchner pelo mesmo caso.
"A acusação acontece na raiz do Memorando de Entendimento firmado por YPF e Chevron" em setembro para a exploração da megajazida de Vaca Muerta, explicou a mesma fonte.
A Repsol havia ameaçado empreender ações legais contra qualquer investidor na YPF ou em seus ativos que, segundo a companhia espanhola, foram expropriados ilegalmente. "Não vamos parar de tomar ações legais para proteger nossos interesses", reiterou nesta segunda-feira um porta-voz da companhia.
Acusando o grupo espanhol de não cumprir seus compromissos de investimento em uma Argentina cujo déficit energético não para de crescer, o governo de Kirchner nacionalizou no início de maio 51% das ações da YPF, todas elas procedentes dos 57,4% em mãos do grupo espanhol.
Este empreendeu pouco depois um procedimento de arbitragem internacional para obter uma compensação econômica estimada em mais de US$ 10 bilhões. A petroleira argentina anunciou em meados de setembro ter firmado com a Chevron um acordo para a exploração de gás e petróleo não convencional em Vaca Muerta, no qual calculam haver reservas de 22,8 bilhões de barris de petróleo.
Esta jazida, situada na província de Neuquén, conta com uma superfície de 30.000 km², dos quais 12.000 km² são propriedade da YPF, com reservas estimadas em 22,8 bilhões de barris de petróleo.
Graças à jazida de Vaca Muerta, cuja descoberta a Repsol havia anunciada em novembro de 2011, a petroleira argentina ocupa a terceira bolsa mundial em recursos não convencionais, atrás apenas dos Estados Unidos e China, segundo um estudo do Departamento de Energia dos EUA.