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Por que a BYD deu um “chega pra lá” na primeira investida da Chevrolet

ANÁLISE: Bastou a GM anunciar um Chevrolet elétrico com o mesmo preço do Dolphin para que a BYD mostrasse seus dentes

14 jul 2025 - 06h04
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Wuling Bingo EV: futuro Chevrolet Bingo EV?
Wuling Bingo EV: futuro Chevrolet Bingo EV?
Foto: SGMW / Guia do Carro

As montadoras GM e BYD podem repetir no Brasil a disputa comercial entre seus dois países, Estados Unidos e China. O sinal evidente de uma disputa por espaço aconteceu na semana passada, durante o evento Chevrolet 360, no qual a General Motors apresentou cinco novidades; e a Build Yours Dreams mostrou seus dentes, para assustar a rival.

Logo que a Chevrolet anunciou o preço do Spark EUV igual ao do Dolphin, os telefones celulares dos jornalistas presentes receberam um comunicado da BYD, anunciando uma redução de R$ 10.000 no preço do Dolphin GS. A paridade de preço entre os dois carros elétricos não durou nem 1 minuto.

Mas, por que a BYD deu esse “chega pra lá” na GM logo em sua primeira investida no segmento de carros elétricos “acessíveis”? Afinal, R$ 159.990 é apenas o preço da pré-venda e o Chevrolet Spark EUV não teve sequer uma data de lançamento divulgada.

Bem, a BYD simplesmente não quer perder o status de ser a montadora que oferece os carros elétricos mais acessíveis do mercado brasileiro. “Ah, mas é um mercado pequeno, apenas um nicho, porque o Brasil não tem infraestrutura para carros elétricos”, dirão os incautos.

Wuling Bingo EV
Wuling Bingo EV
Foto: SGMW / Guia do Carro

Muitos estão inebriados com o discurso de que só os híbridos farão sucesso no Brasil. Porém, a infraestrutura de EVs puros está crescendo rapidamente e milhares de brasileiros já se deram conta de que o custo de utilização de um carro elétrico é muito mais vantajoso do que o de um híbrido. Isso porque ainda não descobriram o custo monstruoso de um híbrido plug-in usado.

Para além disso, o Dolphin Mini já é o 31º carro mais vendido do Brasil. Para quem acha essa posição pouco relevante, vale lembrar que ele supera modelos como Citroën Basalt, Honda City, Renault Kardian, Chevrolet Montana, Ram Rampage, Peugeot 2008, Reault Duster, Jeep Commander e Caoa Chery Tiggo 5X, para citar alguns.

Logo o BYD Dolphin Mini começará a ser montado na Bahia, uma fábrica gigantesca que terá capacidade para 600.000 carros por ano quando estiver a pleno “vapor”. Junto com ele a BYD vai fabricar o crossover Song Pro e o sedan King – ambos híbridos plug-in. A estratégia é ter uma produção de alto volume para atender a América do Sul e reduzir os custos por causa da escala.

Mais do que isso: a BYD sabe que o Chevrolet Spark EUV é apenas a ponta do iceberg quando se trata da grandeza que a GM pode ter no segmento de carros elétricos. Aliás, curiosamente, ao contrário da disputa geopolítica entre os Estados Unidos e a China, no mundo dos carros elétricos não há dúvidas de que os chineses estão na frente. 

Wuling Bingo EV
Wuling Bingo EV
Foto: SGMW / Guia do Carro

Santiago Chamorro, presidente da GM América do Sul, acredita que, se não pode vencer as montadoras chinesas neste momento, o ideal é se aliar a elas. Tanto que foi “beber da mesma fonte” da BYD, ou seja, a própria indústria chinesa. O Spark não tem muito potencial de venda, pelas características do carro, mas a GM tem um outro modelo da China que pode abalar os planos da BYD.

Trata-se do compacto Wuling Bingo, que foi totalmente remodelado no ano passado e já passou de 280 mil vendas. É um carro urbano de 50 kW de potência (68 cv), com velocidade máxima de 130 km/h e carregamento rápido de 30%-80% em 35 minutos. Um futuro Chevrolet Bingo, com o logo da gravatinha, pode ser muito sedutor para jovens consumidores brasileiros.

Como já publicamos no Guia do Carro, a Wuling é parceira da GM na China, junto com a Saic, dentro da joint-venture SGMW.

O Wuling Bingo tem várias opções de motor e bateria, que podem proporcionar um alcance de 203 a 410 km. As opções de bateria são de 17, 32 e 38 kWh.  O carro nasceu para ser um anti-Seagull (Dolphin Mini) e já foi lançado também na Tailândia.

Por certo que este futuro é ainda muito nebuloso. Porém, a GM decidiu atacar o mercado em três frentes com a marca Chevrolet: 1) grandes volumes com a linha atual e híbridos leves de 48 volts; 2) elétricos de luxo importados do México ou dos Estados Unidos; 3) elétricos chineses acessíveis para criar um novo valor para a marca no Brasil.

A GM viu que não será fácil, caso realmente deseje “invadir a praia” da BYD no Brasil. A resposta vai ser sempre ousada na questão do preço, pois a montadora chinesa não está preocupada com rentabilidade no momento. Por outro lado, a pronta reação da BYD também serviu para mostrar à GM que ela detém um tesouro ainda não explorado. 

Guia do Carro
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