Fiat Cronos Drive S-Design aposta no estilo renovado, porta-malas grande e custo-benefício
Sedã reestilizado ficou mais agressivo e manteve qualidades, porém, a concorrência é pesada
O Fiat Cronos acabou de passar por uma reestilização, uma mudança que o deixou mais arrojado, especialmente na versão Drive equipada com o pacote S-Design. O preço inicial da configuração é R$ 116.490, porém o pack opcional acrescenta outros R$ 4.090, valor que recebe ainda a adição dos R$ 1.990 da pintura metálica. No total, o sedã compacto chega a R$ 122.570 - valores do Estado de São Paulo.
Porém, economizar na hora de comprar ou não o pacote S-Design é pouco recomendado, uma vez que ele vem bem recheado. O pack inclui uma série de extras estéticos, tais como spoiler traseiro, emblemas e frisos laterais pretos, rodas de liga leve aro 16 escurecidas e faróis de neblina de LEDs, além de ar-condicionado digital, câmera de ré, volante revestido de material premium (o chamado "couro" ecológico), chave presencial e os indispensáveis retrovisores com ajuste elétrico.
Dito isso, o preço o coloca em um nicho concorrido entre os sedãs compactos. O Hyundai HB20 S Limited custa R$ 125.490, o Volkswagen Virtus TSI automático R$ 126.390, enquanto o Chevrolet Onix Plus está para ser reestilizado e, em razão disso, figura na promoção da Black Friday por um valor chamativo: R$ 114.652 em sua versão Premier, contra R$ 136.490 da tabela normal.
Como é o Cronos S-Design
Não há dúvida que a renovação incorporou um estilo mais agressivo, principalmente na dianteira. A grade preta projetada investe em frisos tridimensionais e se une aos vincos verticais do para-choque para dar um ar enfezado. Já os faróis são de LEDs e têm um bonito filete de luzes de rodagem diurna acima do conjunto principal. As rodas aro 16 são bem mais vistosas do que as originais, afinal o uso de calotas não combina com o valor do carro. O spoiler sobre a tampa do porta-malas também empresta arrojo. O Cronos ainda é um carro bonito no geral, com uma coluna C que ostenta um toque à moda da BMW.
Contudo, a motorização não é turbo e, por isso, o desempenho não é exatamente o mesmo dos rivais turbinados. O 1.3 aspirado rende 98 cv com gasolina a 6.000 rpm e 107 cv a etanol a 6.250 giros. O regime de entrega também muda de acordo com o combustível no torque. Com o combustível vegetal, são 13,7 kgfm a 4.000 rpm, número que passa a 13,2 kgfm a 4.250 rpm na gasolina. Para termos uma ideia, o concorrente mais potente é o Onix Plus, cujo motor 1.0 turbo rende 121/116 cv e 16,8/16,3 kgfm, não muito diferente do HB20S e Virtus.
Segundo a Fiat, o modelo vai de 0 a 100 km/h em 11,6/12,4 segundos, número que fica para trás dos rivais, todos com aceleração um tico acima dos 10 s.
A lista de itens de série inclui faróis de LED, controle de cruzeiro adaptativo, alarme, ar-condicionado, volante e banco do motorista com ajuste de altura, central multimídia de sete polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio, chave canivete, cintos dianteiros dotados de regulagem vertical, direção elétrica, sinalização de frenagem de emergência, monitoramento de pressão dos pneus, som com quatro alto-falantes e dois tweeters, sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos um-toque, entre outros.
Entretanto, a segurança conta apenas com os controles de tração e de estabilidade e dois airbags. Somente a versão Precision (R$ 119.000) tem os airbags laterais dianteiros (tórax e cabeça), o que a torna mais competitiva do que a Drive - a mais cara traz somente os bancos de couro marrom como opcionais (R$ 1.350).
Impressões ao dirigir
Encontrar a melhor posição para dirigir é um pouco difícil, uma vez que não há ajuste de profundidade, mas a ergonomia não é tão prejudicada. O banco do motorista é mais elevado que a média, dando boa visão. Atrás, o espaço interno permite levar dois ocupantes de 1,84 metro de boa, algo impressionante para um entre-eixos de apenas 2,52 m. E o porta-malas chega a enormes 525 litros, bastando para uma família inteira.
Senti falta de porta-copos, há apenas um junto da tomada 12V e da entrada USB-A (há outra para o banco traseiro). Os das portas são estreitos e não permitem o encaixe de qualquer uma garrafa. Há somente um pequeno nicho à esquerda do volante, os demais porta-trecos ficam logo atrás do câmbio.
A central multimídia é boa e conectou rapidamente ao Android, só fica devendo uma tela maior. Para compensar, a câmera de ré tem linhas dinâmicas, apontando para onde vai o carro. É algo que complementa os sensores e facilita a baliza.
O acabamento aposta em materiais rígidos texturizados, uma constante no segmento compacto. As peças tem montagem boa e uma faixa acetinada dá uma boa impressão.
O motor 1.3 se faz valer da força em baixos regimes, mérito da escolha por apenas duas válvulas em cada um dos quatro cilindros. O câmbio CVT responde rapidamente e as arrancadas são feitas de maneira decidida. Claro que ainda se trata de uma transmissão de variação contínua, então os giros ficarão lá em cima por mais tempo do que em uma caixa automática convencional. Nada que incomode muito, até porque há sete marchas simuladas. Pena que só há trocas sequenciais na alavanca.
Não foi possível testar o carro com sua capacidade máxima de carga, prevista em 400 kg. Contudo, pudemos levar mais de 230 kg e o desempenho ainda foi adequado, mas sem fôlego total na estrada, situação na qual a potência de 98 cv (gasolina) se mostra um pouco contida. A saída é aproveitar o botão Sport no volante, opção que dá um fôlego extra e mantém os giros em uma faixa de resposta mais rápida.
O consumo divulgado é de 8,6 km/l de etanol na cidade e 10,7 km/l na estrada, face os 12,6 km/l de gasolina no ciclo urbano e 14,6 km/l no rodoviário. O nosso teste incluiu trechos quase que meio a meio e o consumo médio foi de 10,9 km/l de gasolina.
Por outro lado, o ajuste dinâmico é típico dos Fiat. A direção é muito leve nas manobras, ganhando peso progressivamente. Em altas velocidades, a sensação de centro de volante é sólida. As curvas são descritas com precisão, no que ajudam os bons pneus Pirelli 185/60 R16. O Cronos é um carro na mão. As frenagens também são equilibradas, mas não há discos traseiros.
Embora tenha bom acerto dinâmico, o Cronos também oferece conforto de rodagem. Dentro do possível, buracos e imperfeições são absorvidos confortavelmente. A dianteira não raspa com facilidade na hora de encarar lombadas e valetas, algo facilitado pela altura de rodagem de 18,3 centímetros.
Conclusão
No geral, o Cronos ainda é um produto bem acertado em pontos como dirigibilidade, estilo e espaço interno. Há um porém: a segurança deveria ser mais reforçada. Além disso, a versão Drive fica muito próxima da Precision, então recomendamos a compra da configuração mais cara. E fique de olho em promoções.
Prós e contras
Pró
Espaço interno
Pessoas altas e bagagem vão muito bem no Cronos, a despeito do entre-eixos de 2,52 m
Contra
Apenas dois airbags
Em um mundo em que os rivais oferecem seis airbags, o Cronos Drive deve bolsas infláveis laterais.
Ficha técnica
Fiat Cronos Drive 1.3 CVT
Preço sugerido: R$ 116.490
- Motor: 1.3, 4 cil., 8V, aspirado, flex
- Potência: 107/98 cv a 6.250/6.000 rpm
- Torque: 13,7/13,2 mkgf a 4.000/4.250 rpm
- Câmbio: automático CVT
- Comprimento: 4,37 metros
- Largura: 1,96 m
- Altura: 1,51 m
- Entre-eixos: 2,52 m
- Porta-malas: 525 litros
- Tanque: 45 litros
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