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CEO global da Stellantis descarta aposta em carros baratos

Em conversa com jornalistas da América Latina, Carlos Tavares diz que assume a impopularidade de algumas decisões

17 mar 2022 - 17h16
(atualizado às 17h54)
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Antonio Filosa e Carlos Tavares: liderança na América do Sul.
Antonio Filosa e Carlos Tavares: liderança na América do Sul.
Foto: Sergio Quintanilha / Reprodução Teams

Carlos Tavares, CEO global da Stellantis, disse nesta quinta-feira (17) que, apesar de a empresa contar com várias marcas, nenhuma delas vai focar em carros baratos, ou seja, abaixo do que é cobrado pela concorrência. Mais do que isso, o executivo português enfatizou a busca por margens de lucro maiores, para sobreviver a momentos difíceis no mercado.

“Nosso objetivo na Stellantis é ter o Break Even Point [margem mínima sem prejuízo] abaixo de 50% das nossas receitas”, disse Carlos Taraves. “Nós assumimos a impopularidade de nossas decisões. É uma ética necessária na administração da empresa. Assim, em caso de tempestade, que pode ser uma pandemia de Covid ou uma crise de semicondutores, vamos conseguir atravessar a tempestade sem que o navio vá ao fundo. Se houver uma crise e tivermos uma queda de 50% nas vendas, menos assim não teremos prejuízo.”

Tavares deu a entrevista ao lado de Antonio Filosa, Chefe de Operações da Stellantis na América do Sul. Embora tenha demonstrado preocupação com o alto valor dos carros, Tavares disse que a montadora número 1 da América Latina não vai vender carros abaixo da concorrência.

“Queremos um nível de preço que garanta a acessibilidade das classes médias aos automóveis”, explicou Carlos Tavares. “Os preços estão elevados por conta das regulamentações, que exigem mais tecnologia, e pela busca permanente de maior conforto, como querem os consumidores. Também há um desequilíbrio entre a oferta e a procura por causa da crise dos semicondutores. Buscamos reduzir os nossos custos, mas se não vendermos os nossos carros ao preço da concorrência, estaremos abrindo mão de uma oportunidade de lucro. Nosso objetivo é ter mais de 10% de lucro nos próximos 9 anos.”

Carlos Tavares: "Nós assumimos a impopularidade de nossas decisões".
Carlos Tavares: "Nós assumimos a impopularidade de nossas decisões".
Foto: Sergio Quintanilha / Reprodução Teams

Citroën Ami

Antonio Filosa não confirmou que a Stellantis vai apostar no minicarro Citroën Ami como alternativa de veículo acessível, moderno e ecológico. Os dois executivos disseram que o foco da Citroën é o lançamento do novo C3, para que a marca francesa entre num ritmo superior de vendas no mercado. Filosa acrescentou que a Stellantis vê a combinação do etanol com motor elétrico é uma boa alternativa para o Brasil.

Filosa sinalizou que o objetivo da Stellantis é ter 20% de carros eletrificados na América do Sul até 2030. “A chave do sucesso automotivo no Brasil passa por localização”, explicou Filosa. “Antes de exigir quando e quantos, demos localizar, onde e quais. Isso passa por começar uma rota de industrialização, baseada numa lógica de tecnologia de eletrificação.”

Em sua visita ao Brasil, Carlos Tavares disse que a região “tem uma dinâmica de produto que é estupenda”. Ele também disse que, ao contrário de outros tempos, “hoje a América Latina é estável, pacífica, confiante e está a olhar para o futuro”. Nesta quinta-feira (17), a Stellantis iniciou a produção do novo Citroën C3 em Porto Real (RJ).

Temor de guerra mundial

O executivo português, que era líder da PSA Peugeot Citroën antes da fusão com a FCA Fiat Chrysler (que resultou na Stellantis), lamentou que a empresa não consiga produzir mais por causa da falta de semicondutores: “Podemos fazer 8 milhões de veículos por ano e não conseguimos fazer mais de 6. Não conseguimos porque não temos peças. É uma grande preocupação. Mas é uma preocupação econômica, que é pequena diante da preocupação com o risco de que a guerra na Ucrânia venha se tornar uma guerra mundial”.

Carlos Tavares, que já tinha afirmado trabalhar por carros ecológicos para contribuir com a melhora do meio-ambiente, não apenas por causa do sucesso da Stellantis, mas também por causa própria – “eu tenho uma neta” –, aproveitou a entrevista para dizer que a empresa tem ajudado os refugiados e dado todo apoio aos funcionários que vivem na Ucrânia.

“Todos os líderes políticos do mundo devem se unir e tentar perceber quais foram as causas raízes dessa guerra, e o tratamento que deram a essas causas raízes, para saber a origem do conflito”, comentou. Tavares teme o surgimento de um mundo menos globalizado. “Se os países passarem a atuar isolados isso vai aumentar as tensões políticas”, disse.

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