Alemanha acredita ter vencido ao continuar vendendo carros com motor a combustão; a realidade é que deixou a porta escancarada para a China
A Alemanha acha que venceu porque poderá continuar vendendo carros a gasolina, mas ainda não consegue fabricar carros elétricos que sejam acessíveis aos consumidores e lucrativos para a empresa
A indústria automobilística europeia encontra-se numa encruzilhada que parece não conseguir resolver. Quando a China começou a produzir carros elétricos em massa e a exportá-los para a Europa, os fabricantes tradicionais perceberam que estavam em grande desvantagem.
E como não conseguiam igualar a capacidade de produção do país asiático, nem tornar os carros elétricos rentáveis, decidiram pressionar a UE para que abandonasse o seu plano de proibir os motores de combustão interna em 2035. O resultado: a Europa continuará vendendo carros a gasolina e a gasóleo, enquanto a China domina o mercado dos veículos elétricos. Fora que a China também está "empurrando" para o ocidente carros a gasolina que não vendem lá.
Independentemente do que a Europa faça, a China fica com a maior parte
Um dos exemplos mais marcantes desta situação é a Alemanha, um país que tradicionalmente atua como lobista na União Europeia para defender a sua indústria automobilística. Os grupos de lobby automobilístico alemães sempre participaram na tomada de decisões em Bruxelas — o berço do lobbying — e, recentemente, o país conseguiu reverter um plano que estava em desenvolvimento há anos. Ou pelo menos, que fosse suspenso.
Assim, Bruxelas cedeu à Alemanha — e a outros países, como a Itália — e concordou em reduzir as metas de emissões e renunciar à proibição de motores a combustão a partir de 2035. A Alemanha acredita ter vencido, pois poderá continuar vendendo carros a gasolina, mas ela — na verdade, todas as ...
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