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Tormented Souls II é um retorno aos jogos clássicos de survival horror dos anos 90

Caroline Walker está de volta em uma sequência mais sombria e ambiciosa

23 out 2025 - 04h59
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Tormented Souls II é um retorno aos jogos clássicos de survival horror dos anos 90
Tormented Souls II é um retorno aos jogos clássicos de survival horror dos anos 90
Foto: Divulgação/PQube

Em 2021, o pequeno estúdio chileno Dual Effect surpreendeu os fãs de survival horror ao lançar Tormented Souls, um título que soava como uma carta de amor aos clássicos dos anos 1990. Misturando câmeras fixas, quebra-cabeças elaborados e atmosfera sufocante, o jogo evocava o espírito de Resident Evil, Silent Hill e Alone in the Dark.

Quatro anos depois, o estúdio retorna com Tormented Souls II, uma sequência direta que não tenta reinventar o gênero, mas sim refiná-lo e reafirmar sua identidade. O resultado é uma experiência que, mesmo com algumas arestas técnicas, consegue capturar o que há de mais puro e aterrorizante no horror de sobrevivência “old-school”.

Bem-vindo à Villa Hess

A história continua a acompanhar a protagonista caolha Caroline Walker, que após os acontecimentos do primeiro jogo tenta reconstruir a vida ao lado da irmã, Anna. No entanto, a aparente paz se desfaz rapidamente: Anna começa a sofrer de perturbações sobrenaturais, vendo cenas de violência e desenhando visões que se tornam reais.

Na esperança de entender e curar o que aflige sua irmã, Caroline viaja até Villa Hess, uma isolada cidade nas montanhas do sul do Chile, lar de um sinistro convento-clínica. A partir daí, o jogo mergulha em uma espiral de loucura, dor, forças sobrenaturais e simbolismos religiosos, que se intensifica quando Caroline desperta quase nua em um quarto desconhecido — ferida, vulnerável e sozinha.

A trama é conduzida de forma fragmentada, com documentos, diários e anotações que revelam aos poucos os horrores ocultos daquele lugar. É uma narrativa que aposta mais na ambientação e na tensão constante do que nas cutscenes — algo que funciona dentro da proposta, mesmo que as poucas cenas dubladas careçam de emoção e naturalidade.

O jogo não se preocupa em relembrar eventos anteriores nem em aprofundar o passado das personagens. Por isso, se esta for a sua primeira experiência com Tormented Souls, vale a pena conhecer a história do título original antes de começar. Assim, você entende melhor o contexto, as motivações e as conexões entre Caroline e sua irmã, o que torna a narrativa de Tormented Souls II bem mais envolvente.

Sobreviver ainda é o maior desafio

Tormented Souls II resgata o estilo survival horror dos anos 90
Tormented Souls II resgata o estilo survival horror dos anos 90
Foto: Reprodução

Tormented Souls II mantém o estilo de jogo que consagrou o original: câmeras fixas, movimentação pesada (incluindo a opção de se jogar com controles de tanque, se você for um masoquista) e quebra-cabeças elaborados. É o tipo de experiência que vai agradar a quem sente saudades dos primeiros Resident Evil ou Silent Hill, mas pode estranhar jogadores acostumados com controles mais modernos.

O inventário, felizmente, é generoso — permitindo que você carregue todas as armas e itens sem limitações. A icônica pistola de pregos marca presença novamente, acompanhada de armas mais poderosas e ferramentas improvisadas, como o martelo, que também serve para abrir portas trancadas.

O ponto mais fraco, no entanto, ainda é o combate. A combinação entre inimigos rápidos e câmeras fixas pode gerar frustração, e a escuridão — constante e opressiva — exige que o jogador gerencie o uso da luz com cuidado. Momentos em que é preciso guardar o isqueiro para empunhar uma arma criam tensão genuína, mas também situações desajeitadas.

O game conta com alguns puzzles bem intuitivos, mas outros  vão fazer você quebrar a cabeça
O game conta com alguns puzzles bem intuitivos, mas outros vão fazer você quebrar a cabeça
Foto: Reprodução

Em compensação, os quebra-cabeças continuam excelentes. Eles exigem observação, raciocínio e atenção a detalhes, resgatando aquele prazer de resolver enigmas por lógica, e não por tentativa e erro. A exploração também é recompensadora, revelando novas áreas — de um convento macabro a um shopping e uma escola abandonada —, cada uma com segredos e perigos próprios.

Se em algum momento você travar no progresso, vale a pena revisitar áreas anteriores e examinar com atenção os documentos e anotações espalhados pelo cenário — muitas vezes, eles escondem dicas cruciais. É comum deixar algum item essencial passar despercebido (aconteceu comigo algumas vezes), e voltar atrás pode ser exatamente o que falta para retomar o avanço da história.

Sombra, luz e desespero

Luzes e sombras se destacam no jogo, criando ambientes tensos
Luzes e sombras se destacam no jogo, criando ambientes tensos
Foto: Reprodução

Visualmente, o jogo representa um salto notável em relação ao primeiro título. Modelos de personagens mais detalhados, iluminação dinâmica e texturas aprimoradas ajudam a criar uma atmosfera densa e inquietante - emboras as cutscenes não apresentem uma boa qualidade na maioria das vezes.

A câmera, embora fixa, em certos momentos se move para acompanhar o jogador, reforçando a sensação cinematográfica e claustrofóbica.

O uso da luz continua sendo um elemento central da jogabilidade. Permanecer muito tempo em áreas escuras é mortal — literalmente. Caroline começa a perder a noção da realidade até ser consumida pela escuridão, o que torna o gerenciamento de fontes luminosas essencial para a sobrevivência.

Jogo conta com alguns chefões bizarros, como essa freira com máscara de ferro
Jogo conta com alguns chefões bizarros, como essa freira com máscara de ferro
Foto: Reprodução

A trilha sonora e o design de som fazem um trabalho brilhante ao sustentar a tensão. Rangidos, gemidos distantes, passos indecisos e ruídos metálicos criam uma paisagem sonora inquietante, onde o silêncio se torna uma ameaça.

Outro destaque é o sistema de viagem temporal e manipulação de realidades, que permite alterar o passado para mudar o presente. Essa mecânica é usada tanto em puzzles quanto na própria narrativa, determinando inclusive o final que o jogador alcançará (são dois disponíveis).

Por fim, é importante destacar que o jogo oferece textos, legendas e menus totalmente em português do Brasil — um detalhe que faz muita diferença e torna a experiência muito mais acessível. É sempre bom ver esse cuidado com o público local, então ponto positivo para a Dual Effect e a PQube por essa atenção.

Considerações

Tormented Souls II - Nota 7,5
Tormented Souls II - Nota 7,5
Foto: Divulgação / Game On

Mesmo com limitações técnicas e uma produção modesta, Tormented Souls II é uma prova de que o horror de sobrevivência clássico ainda tem muito fôlego. A Dual Effect demonstra maturidade em sua visão, expandindo o universo criado em 2021 sem perder o charme retrô que o tornou especial.

Com uma história envolvente, atmosfera sombria e quebra-cabeças engenhosos, o jogo entrega uma experiência autêntica, capaz de agradar tanto aos veteranos quanto aos curiosos que desejam entender o que torna o terror “à moda antiga” tão fascinante.

Para quem procura um título imersivo, desafiador e cheio de personalidade, Tormented Souls II é uma excelente pedida — especialmente neste Dia das Bruxas/Halloween que se aproxima.

Tormented Souls II será lançado em 23 de outubro para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S.

Esta análise foi feita no PlayStation 5, com uma cópia do jogo gentilmente cedida pela PQube.

Fonte: Game On
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