Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Volta de ciclismo de SP tem 'perrengue logístico' entre federação e concessionárias de rodovias

Empresas se dividem entre auxiliar na operação de provas e apontar atraso nos pedidos da Federação Paulista de Ciclismo, que revê itinerários a cada dia

19 set 2025 - 18h44
Compartilhar
Exibir comentários

A Volta Ciclística de São Paulo foi retomada nesta semana, após 11 anos de hiato. Mas não se sabe exatamente o caminho que ela vai seguir até a última etapa, no domingo, dia 21. Previstas desde fevereiro, as provas têm os trajetos alterados a cada dia para adequar-se às autorizações das estradas.

Diferentes motivos levaram ao perrengue logístico. As concessionárias de rodovias que seriam utilizadas apontam não terem sido procuradas em tempo hábil para a realização das etapas.

A Federação Paulista de Ciclismo (FPCiclismo) enfatiza que a Volta estava prevista no calendário esportivo oficial do Estado, publicado em fevereiro, e lamentou as mudanças que precisam ser feitas em cima da hora.

Tudo isso ganhou luz a partir do primeiro dia de prova. Foi feita uma largada simbólica em frente ao Palácio dos Bandeirantes, na Avenida Morumbi. Dali, os ciclistas sairiam para a Marginal Pinheiros, o que já não foi possível. Um ônibus precisou levá-los até Barueri, de onde partiram até Itu.

A prova seguiria até Sorocaba, mas não houve autorização para o trecho de Itu até lá, via SP-75. Dos 138 quilômetros programados para a primeira de cinco etapas, os ciclistas percorreram apenas 62 quilômetros. A maior parte do deslocamento foi neutralizada (quando os ciclistas pedalam lado a lado). No fim, alguns realmente competiram em busca da vitória.

Segundo a FPCiclismo, as etapas contam com escolta de batedores de agentes de segurança. A federação previa, em rodovias, previa bloqueio parcial, com faixas cedidas à prova, sem comprometer o fluxo de veículos.

Agora, todas as etapas são revistas a cada dia. Nesta sexta-feria, por exemplo, a programação inicial era sair de Mairiporã e chegar em Indaiatuba, em trajeto de 156 km.

Depois, ficou definido que esta etapa seria apenas um circuito urbano, já em Indaiatuba, com 100 km. No fim, a largada voltou para Mairiporã.

Concessionárias citam atraso em solicitação da FPCiclismo

Conforme apurado pela reportagem do Estadão, não houve procura pelas concessionárias em tempo hábil.

A Ecovias, com as subsidiárias Raposo Castello e Leste Paulista, disse ter participado de um encontro sobre a prova apenas no dia 4 de setembro. Ainda assim, as concessionárias elaboraram um planejamento operacional, prevendo bloqueios e desvios necessários para a realização da prova.

Entretanto, a empresa salienta que o uso da rodovia Castello Branco, em dia útil, em horário de tráfego elevado e em trecho atualmente em obras, "prejudicaria ainda mais a fluidez da via, com impactos também nas marginais Tietê e Pinheiros".

A concessionária Rota das Bandeiras diz que não vetou a prova no trecho da Rodovia Dom Pedro I (SP-065), prevista para ocorrer no sábado, das 11h às 14h, entre os km 52 e 64. A empresa ainda apontou que tem auxiliado no apoio operacional.

A Novo Litoral também aponta ter participado de reunião em 4 de setembro, mas informou que não houve solicitação oficial para utilização dos trechos que gerencia, e que ainda foi informada sobre a desistência da organização em utilizar suas rodovias.

A Motiva, responsável pelo trecho não corrido entre Itu e Sorocaba na primeira etapa, reiterou que também não recebeu a documentação necessária por parte da organização para solicitar autorização formal à Artesp até prazo hábil.

A Secretaria de Esportes do Estado disse que está limitada à apoiadora da iniciativa, mas que a FPCiclismo que é a responsável por definir trajetos e obter as autorizações.

A Via Appia, também com trecho entre o itinerário inicial, não respondeu, assim como o Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER).

Dois vencedores em duas etapas até aqui na Volta de SP

A Volta Ciclística de São Paulo foi criada em 2004 e já teve edições de até 10 etapas. Nesta retomada, apesar das mudanças de planejamento, houve comemorações até aqui.

O ciclista João Pedro Rossi, da Swift Pro Cycling, de Ribeirão Preto, venceu a primeira prova. Ele completou o trecho de 62,2km entre Barueri e Itu em 1h23min39.

Já a segunda etapa foi conquistada por Vinícius dos Santos, de apenas 21 anos. Ele corre pela São José Ciclismo/Instituto Athlon e fez os 90km entre Sorocaba e Boituva em 1h47min35s.

Embora passe por transtornos, a Volta é celebrada pela FPCiclismo. "Esse retorno é um marco para o esporte nacional. Teremos as melhores equipes do ranking nacional e de países da América Latina. Será uma competição de primeiro escalão. A Volta mostrará que nosso estado é uma potência ciclística", disse o presidente da federação , José Cláudio dos Santos. Conhecido por "Facex", ele foi vencedor da primeira edição, em 2004.

Veja as notas das concessionárias na íntegra

  • Ecovias

A Ecovias teve conhecimento da prova somente em reunião realizada no dia 4 de setembro, ocasião em que foi informada de que a solicitação formal do evento não havia sido protocolada junto aos órgãos competentes dentro do prazo estipulado pela Portaria Artesp nº 93/2022, que prevê antecedência mínima de 90 dias.

Ainda assim, mesmo sem a confirmação do evento, as concessionárias Ecovias Raposo Castello e Leste Paulista, elaboraram planejamento operacional prevendo os bloqueios e desvios necessários para a realização da prova com todas as medidas necessárias para garantir a segurança dos usuários das rodovias e dos atletas.

A Ecovias participou de todas as reuniões relacionadas à Volta Ciclística para as quais foi convidada e se manteve aberta a apoiar a realização do evento, mas levantando pontos de atenção sobre o plano original. Entre eles, a realização da prova em dias úteis, em horário de tráfego elevado e, no caso da rodovia Castello Branco, em trecho atualmente em obras, o que prejudicaria ainda mais a fluidez da via com impactos, inclusive, nas marginais Tietê e Pinheiros.

Vale ressaltar que não cabe às concessionárias o veto à prova, apenas apoio operacional em casos de eventos como esse.

  • Rota das Bandeiras

A Concessionária Rota das Bandeiras esclarece que o trajeto da Volta Ciclística Internacional do Estado de São Paulo prevê a passagem dos atletas em parte do trecho sob sua responsabilidade. A passagem dos atletas pela rodovia D. Pedro I (SP-065) acontecerá neste sábado, 20 de setembro, das 11h às 14h, no trecho entre os km 52 e 64 da rodovia, entre os municípios de Nazaré Paulista e Bom Jesus dos Perdões, e a Concessionária está providenciando todo o apoio operacional necessário, bem como a divulgação dessa operação em seus perfis nas redes sociais, para garantir a segurança dos atletas e dos demais usuários da rodovia. Portanto, os relatos citados de que a Concessionária "não cedeu ou preparou um esquema de segurança e vetou a realização" não procedem.

Cabe esclarecer ainda que a Concessionária tem contrato firmado com o governo do Estado de São Paulo para administração do Corredor Dom Pedro de rodovias e é regulada pela Agência de Transportes de São Paulo (Artesp). Portanto, todas as atividades realizadas/autorizadas nas rodovias sob nossa responsabilidade atendem às determinações do Governo do Estado, ARTESP e Polícia Militar Rodoviária, tendo como principal prioridade a garantia da segurança de todos os usuários da rodovia.

  • Novo Litoral

A Concessionária Novo Litoral (CNL) informa que, no dia 4 de setembro, participou de uma reunião sobre a Volta Ciclística Internacional, convocada pelo Policiamento Militar do Estado de São Paulo, que também contou com a participação da organização do evento, demais concessionárias e órgãos competentes.

Na ocasião, foram apresentados os requisitos necessários para a realização do evento com segurança, reforçando a importância do planejamento prévio e do cumprimento de protocolos para garantir a integridade dos participantes e dos usuários da via, conforme portaria 93/2022 da Artesp.

A concessionária acompanhou as tratativas, mas reforça que não foi procurada oficialmente pela organização. Na última semana, foi comunicada pelo policiamento de que a organização optou por alterar o percurso que passaria por um trecho sob concessão da CNL.

Desta forma, não houve necessidade de tratativas ou autorização junto à Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), não havendo qualquer veto.

A CNL permanece à disposição da organização do evento e dos órgãos competentes, visando garantir a segurança dos atletas e dos usuários.

  • Motiva (Sorocabana)

A realização de eventos esportivos em rodovias concedidas depende de autorização da Artesp, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro e na Portaria Artesp nº 93/2022. Até a véspera da prova não havia as documentações necessárias por parte da organização para solicitar autorização formal à Agência. A concessionária, por sua vez, chegou a elaborar um plano de contingência para garantir a segurança viária para a passagem da prova, mas que não precisou ser acionado diante da alteração do percurso pelos próprios organizadores.

Estadão
Compartilhar
TAGS
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade