PUBLICIDADE

ATP

Mello lembra dia em que pôs Nadal nas cordas e vê "evolução assustadora"

6 fev 2013 - 08h04
(atualizado às 08h42)
Compartilhar
Exibir comentários
Ricardo Mello, 32 anos, enfrentou Nadal no Brasil Open de 2005 e se aposenta na próxima edição do torneio
Ricardo Mello, 32 anos, enfrentou Nadal no Brasil Open de 2005 e se aposenta na próxima edição do torneio
Foto: Inovafoto / Divulgação

Em 18 de fevereiro de 2005, Ricardo Mello teve Rafael Nadal contra as cordas na semifinal do Brasil Open, na Costa do Sauípe, quando liderava por 4/2 no terceiro set contra o rival antes de levar a virada por 6/4. Oito anos depois, o brasileiro, 32 anos e número 346 do tênis mundial, e o espanhol, 26 anos e número 5, voltam a disputar juntos o mesmo torneio, desta vez em São Paulo. O evento no Ginásio do Ibirapuera, entre 11 e 17 de fevereiro, marcará a aposentadoria de Mello e será o segundo desde o retorno às quadras de Nadal.

Desde 2005, Nadal nunca mais voltou a jogar profissionalmente na América Latina até 2013. Afastado das quadras desde junho para se recuperar de uma inflamação no tendão patelar (síndrome de Hoffa) e de uma ruptura parcial no tendão rotuliano, ambas no joelho esquerdo, o espanhol retorna às quadras nesta semana no ATP 250 de Viña del Mar e na semana seguinte competirá na capital paulista.

Na última visita do jogador ao País, o Brasil Open era organizado na Costa do Sauípe e foi palco para o segundo título da carreira de Nadal. O espanhol, até então um adolescente de 18 anos que ocupava a 48ª posição do ranking da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), superou Mello na semifinal daquele torneio por 2 sets a 1, com parciais de 2/6, 6/2 e 6/4.

“Não dava para saber o que seria, mas ele já era considerado uma grande promessa”, recorda Mello, que na época era o 56º colocado da lista. "Foi um grande jogo e levei a virada. Ele tinha uma força acima do normal e já mostrou o valor dele, passando pela pressão da torcida".

Na final, o espanhol bateu o compatriota Alberto Martín, oito anos mais velho e então o número 61 do mundo, também em três sets, por 6/0, 6/7 (2-7) e 6/1. A decisão foi a segunda de ATP vencida na carreira de Nadal, após o torneio de Sopot de 2004, e incluiu um "apagão" do jovem, que vencia o segundo set por 4/0 e permitiu a virada.

Aos poucos, Nadal foi superando essa irregularidade e se transformando em um dos tenistas de mais consistência e força mental do circuito. Ainda em 2005, o tenista conquistou Roland Garros e mais nove competições (Acapulco, Monte Carlo, Barcelona, Roma, Bastad, Stuttgart, Montreal, Pequim e Madri), fechando o ano como o vice-líder do ranking.

Na campanha rumo ao título do Masters Series do Canadá, no piso duro, Nadal encontrou novamente Mello, que testemunhou uma "evolução assustadora" em poucos meses do rival ao perder na segunda rodada por 6/1 e 6/2. "Me impressionou demais a evolução do Sauípe para Montreal", recorda o brasileiro. “A diferença de ritmo que ele estava imprimindo na quadra, de velocidade da bola. A intensidade com a qual ele jogar aos pontos aumentou muito, uma constância muito grande".

Em 2007, na segunda fase do Masters Series de Miami, na quadra dura, Mello voltou a enfrentar Nadal e deu trabalho, perdendo dois set points no tie-break da primeira parcial antes de cair por 7/6 (9-7) e 6/2. Desta vez o espanhol não ergueria o troféu: foi derrotado nas quartas de final pelo sérvio Novak Djokovic.

Mello se aposenta no Brasil Open e cita "bastante carinho" com o torneio

A partir de 11 de fevereiro, quando voltar a disputar o mesmo torneio que Nadal, Mello estará prestes a se despedir do tênis. O campineiro recebeu um convite para a edição 2013 do Brasil Open e aproveitará o torneio com o qual tem “bastante carinho” para se despedir das quadras.

Além de 2005, Mello foi semifinalista da competição em 2010 (quando perdeu para o espanhol Juan Carlos Ferrero) e em 2011 (quando perdeu para o ucraniano Alexandr Dolgopolov). Trata-se do ATP em que o brasileiro tem melhor retrospecto fora o de Delray Beach, onde conquistou o único título nesse nível, em 2004.

Mello, que em julho de 2005 alcançou a 50ª posição do ranking mundial, a melhor da carreira, é um dos sete brasileiros a terem conquistado eventos da ATP na história (os outros são Thomaz Koch, Luiz Mattar, Gustavo Kuerten, Fernando Meligeni, Jaime Oncins e Thomaz Bellucci). O campineiro estreou profissionalmente em uma derrota por 6/2 e 6/1 no challenger de sua cidade natal para Gustavo Kuerten, em 1996. Agora, sente o desgaste de tanto tempo no circuito.

"Chega um momento em que você acaba não cansando, mas o desgaste vai te pegando cada vez mais", afirma ele, que após encerrar a carreira já tem um plano: pretende se dedicar à academia de ginástica que mantém em Campinas e ao Instituto Ricardo Mello, por meio do qual planeja usar as leis de incentivo governamentais para seguir em projetos ligados ao tênis.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade