Após 8 anos, Nadal volta ao Brasil com investimento alto e equipe grande
Ex-número 1 do mundo, Rafael Nadal é a principal estrela do Brasil Open, único ATP do País, que será realizado entre 11 e 17 de fevereiro no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. A negociação que culminou com o retorno do tenista espanhol ao País começou há cinco meses e incluiu o pagamento de uma "garantia financeira" alta e uma pequena exigência: um número grande de quartos individuais de hotel para a sua equipe.
Gerente do Brasil Open, Roberto Burigo confirma, em entrevista ao Terra, que um "valor alto" precisou ser pago antecipadamente para Nadal participar do torneio. O procedimento é praxe quando se trata de um jogador de ponta como o espanhol, quinto colocado do ranking mundial, e de torneios que não são de participação obrigatória dos tenistas, como o ATP 250 de São Paulo.
Burigo prefere não falar em valores, mas a reportagem apurou que a cifra paga a Nadal ronda os US$ 1,2 milhões, montante que ele também teria recebido para participar do ATP 250 de Viña del Mar, uma semana antes do evento na capital paulista.
Quando divulgou a presença de Nadal em São Paulo, em 12 de janeiro, a organização projetava que o torneio marcasse o retorno do espanhol às quadras. Sua última partida oficial foi em 28 de junho, quando perdeu na segunda rodada de Wimbledon para o checo Lukas Rosol. Desde então ele se recupera de uma inflamação no tendão patelar (síndrome de Hoffa) e de uma ruptura parcial no tendão rotuliano, ambas no joelho esquerdo.
Burigo admite que "seria marcante" caso a volta às quadras do espanhol ocorresse justamente em São Paulo, mas cita o lado positivo da participação anterior do atleta no Chile. "Com certeza vai chegar ao Brasil mais bem preparado do que chegaria, com mais ritmo de jogo. O Nadal não ia colocar o nome dele à prova assim. Ele com certeza vai fazer de tudo para se superar e voltar ao topo, não vai voltar a competir se não estiver 100%", diz.
O Brasil Open marcará o retorno do tenista ao País pela primeira vez desde fevereiro de 2005, quando, aos 18 anos de idade e na 40ª posição do ranking, conquistou na Costa do Sauípe, onde até então era disputado o evento, o segundo título da carreira. Nos três meses seguintes, ele triunfaria ainda no saibro de Acapulco, Monte Carlo, Barcelona, Roma e chegaria ao primeiro de seus sete troféus em Roland Garros.
Os problemas físicos, aliados ao fato de as competições nas quadras duras serem as mais prejudiciais a seus joelhos, propiciaram o retorno do espanhol à gira latino-americana de saibro, piso no qual é especialista. Segundo Burigo, a negociação para ter Nadal foi iniciada no período do último Aberto dos Estados Unidos entre Carlos Costa, ex-tenista espanhol que é agente do atleta, e Luiz Felipe Tavares, presidente da Koch Tavares, promotora do evento paulistano.
A concretização do acordo incluiu a garantia financeira, valor à parte recebido pelo atleta fora a premiação oferecida pelo Brasil Open, de US$ 455 mil (R$ 775 mil). O cachê é viabilizado levando-se em consideração os "patrocinadores a mais e a maior venda de ingressos" que a presença de Nadal possibilitará ao torneio, nas palavras de Burigo.
Não houve "nenhuma exigência absurda" feita pelo espanhol, segundo o gerente, que ressalta somente que foi pedido um número grande de quartos individuais de hotel. Recuperado da contusão no joelho, o atleta viajará à capital paulista com uma "equipe completa", incluindo a presença do técnico, Toni Nadal, além de preparador físico, fisioterapeuta e assessor de imprensa.