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Tênis

Aos 40 anos, Roger Federer ignora 'sinais do corpo' e promete voltar ao circuito em 2022

Ex-número 1 do mundo, suíço tem sofrido com contusões e jogou menos de 20 partidas nos últimos dois anos

21 set 2021 - 15h11
(atualizado às 15h23)
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As dificuldades enfrentadas nos últimos anos, com problemas físicos e de contusões, o que encurtou o seu calendário, não parecem incomodar Roger Federer. Um dos maiores tenistas da história, o suíço afirmou em entrevista à rádio suíça Srf Sport que pretende voltar ao circuito em 2022, para surpresa de muitos, que acreditavam que ele pudesse anunciar o fim de sua trajetória nas quadras.

O suiço, que se recupera de uma cirurgia no joelho direito, disse querer poder estar presente na próxima edição da Laver Cup, marcada para setembro do ano que vem, em Londres, já que não vai estar presente no torneio este ano. A edição de 2021 vai acontecer neste fim de semana (entre os dias 24 e 26), em Boston, nos Estados Unidos.

"Um dos meus objetivos é fazer todo o possível para participar desta competição no próximo ano", disse Roger Federer. Como nas outras três edições, a competição reúne atletas que se agrupam em Time Europa e Time Mundo. As equipes se enfrentam para a disputa do título.

O anúncio recente é o primeiro aceno de Federer à sua continuidade no circuito desde a cirurgia que fez no joelho direito em agosto e que lhe tirou da disputa da Olimpíada de Tóquio e do Aberto dos Estados Unidos. O novo procedimento cirúrgico fez os fãs dos tenista se questionarem sobre a possibilidade de ele não voltar a disputar mais uma partida. Apesar de não ter anunciado ainda uma data definitiva para o retorno ao circuito, Federer, que completou 40 anos no mês passado, afirmou que o "pior já passou" e que agora é necessário "ter paciência" para voltar a jogar no nível desejado.

Embora o tenista esteja confiante com o próprio retorno, o ex-número 1 do ranking da ATP não tem conseguido manter uma sequência consistente de partidas nos últimos anos. Foram apenas 19 nas últimas duas temporadas. Em 2020, Roger Federer disputou seis partidas e também precisou se submeter a duas cirurgias no joelho — a pandemia também contribuiu para a queda no número de jogos do suiço. Neste ano, com o calendário normalizado, contudo, foram somente 13 jogos. A última apresentação ocorreu em Wimbledon, na derrota por 3 sets a 0 para o polonês Hubert Hurkacz.

A ausência nos torneios contribuiu para a queda do tenista no ranking. Em fevereiro de 2020, Federer ainda figurava entre os três melhores do mundo. Na última atualização feita pela entidade, divulgado na segunda-feira, 20, o suiço se manteve na nona colocação, posição que ocupa desde julho deste ano.

A ausência nas competições e os problemas físicos têm comprometido os resultados em quadra, que já não são mais os mesmos. Federer tem demonstrado dificuldades para seguir até as fases finais dos torneios e tem sido eliminado por adversários, em tese, inferiores.

Foi assim este ano nos torneios da ATP 250 no Catar, quando foi derrotado pelo atleta da Geórgia, Nikoloz Basilashvili, então 42º do ranking, por 2 a 1, nas quartas de final, e no ATP 250 da Espanha, onde foi eliminado pelo também veterano Pablo Andujar, nas oitavas de final, também por 2 a 1. Na ocasião, o espanhol, de 35 anos, ocupava a 75ª posição do ranking.

Nos quatro principais torneios de Grand Slams de 2021, o experiente tenista não participou do Aberto da Austrália, no começo do ano, justamente porque ainda se recuperava de duas cirurgias no joelho no ano passado. Além disso, abandonou a competição de Roland Garros, em junho, já na fase de oitavas de final. "Após conversar com meu time, decidi que precisarei me retirar de Roland Garros hoje. Após duas cirurgias no joelho e mais de um ano de reabilitação, é importante que escutei meu corpo e garanti que não vou me forçar demais muito rápido no caminho para a recuperação", anunciou o suiço em nota na época.

Em Wimbledon, único Grand Slam que Federer suportou todas as partidas, foi eliminado pelo polônes Hurkacz nas quartas de final depois de vencer quatro jogos. E, em setembro, por conta de mais uma cirurgia, não participou do Aberto dos Estados Unidos, vencido pelo russo Daniil Medvedev. Antes disso, em junho, o suiço também não conseguiu ir muito longe no ATP 500 de Halle, na Alemanha, e foi eliminado pelo jovem canadense Félix Auger-Aliassime, de 21 anos, por 2 sets a 1.

Últimas conquistas

As últimas competições que Federer venceu foram em 2019, quando conseguiu jogar 63 partidas e conquistou quatro títulos no ano: ATP de Dubai, ATP Masters 1000 de Miami, o ATP 500 de Halle, na Alemanha e a Laver Cup, disputada em Genebra, na Suiça. Em Grand Slams, o tempo é ainda maior. O último vencido por Federer foi em janeiro de 2018, quando o suiço levou o troféu do Aberto da Austrália, ao derrotar na final o croata Marin Cilic por 3 sets a 2.

Mesmo sem vencer um dos quatro principais torneios há mais de três temporadas, ele ainda é o maior vencedor de Grand Slams na história: 20 títulos. Contudo, nesse período, ele viu os companheiros Rafael Nadal e Novak Djokovic, que venceu três somente este ano, o alcançarem na estatística.

Com mais de 20 anos de carreira, Roger Federer acumula 103 títulos e 1251 vitórias. Esteve no topo do ranking da ATP por 310 semanas — está atrás apenas de Djokovic, que acumula 331 semanas na primeira posição — e é considerado, por muitos, o melhor tenista da história.

Estadão
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