Vivo Rio Pro: etapa brasileira da WSL movimenta economia de Saquarema e anima locais
Disputa do surfe lota rede hoteleira, gera contratações e consumo por toda a cidade
Mesmo com dias de mar impróprio, a etapa brasileira da WSL em Saquarema impulsionou setores como hotelaria, gastronomia e transporte, beneficiando a economia local e marcando a renovação da parceria até 2028.
A comunidade do surf mundial só tem olhos para Saquarema. A Vivo Rio Pro, etapa brasileira da WSL (Liga Mundial de Surfe), movimenta o município localizado na Região dos Lagos, a cerca de 100 km da capital do Rio de Janeiro até o próximo domingo, 29.
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Com a presença dos melhores surfistas da atualidade, a cidade é destino de muitos turistas, fator que causa um impacto direto na economia local. Nem mesmo com os 'days-off' --competição só aconteceu no último domingo, 22, devido às condições climáticas-- o movimentou caiu. A próxima chamada está programada para esta quinta-feira, 26, às 6h45.
Em conversas da reportagem com motoristas de aplicativos, por exemplo, era notória a satisfação com o fluxo de corridas. Algumas ruas, especialmente as que ficam próximas à praia de Itaúna, onde acontece o evento, ficaram fechadas e outras, nos arredores, apresentavam congestionamento. O mesmo aconteceu nos acessos do terminal rodoviário do município, que aglomerou grande quantidade de carros no entorno, especialmente na noite do último domingo, 22.
A concorrência para conseguir quartos em pousadas ou hotéis da região é altíssima. Foram poucas as opções disponíveis para os dois finais de semana em que a janela da competição está prevista.
"A cidade fica lotada, turistas de todos os lugares do mundo circulando e não é só em Itaúna. A minha pousada fica no centro e está com 100% de ocupação. É claro que a WSL é o maior evento, mas a cidade está cada vez mais trazendo atrações o ano inteiro, o que ajuda muito na ocupação", diz Alexander Henrice, proprietário da pousada Canto da Vila.
O setor gastronômico também é atingido pela multidão presente no 'Maracanã do Surfe', como é conhecido o município. Bares, restaurantes e barraquinhas de comida estiveram lotados no final de semana de abertura. Eram muitas filas de clientes procurando açaí e refeições que variavam entre o tradicional arroz com feijão, petiscos, sanduíches ou até mesmo comida japonesa.
"Meu restaurante é de comida caiçara e damos prioridade para compras de pescadores locais. Com um evento desse tamanho, aumentamos a compra de peixes e frutos do mar em mais de 50%. Para atender o público, contratamos seis novos funcionários", explica Gustavo Rodrigues, dono do restaurante Peixe do Gustavo.
Ter a cidade repleta de visitantes aflora o sentimento de carinho dos moradores locais pela própria cidade. É o caso de Célia Maria. Deficiente visual, ela se mudou com o marido, Celso Martins, há cerca de dez anos para Saquarema. Ambos perderam a visão na adolescência, quando ainda moravam no Rio de Janeiro. Na cidade da Região dos Lagos, Célia encontrou um novo ritmo de vida, participando de atividades sociais e novas companhias. "Nos sentimos bem aqui, acolhidos", afirmou Célia, de 81 anos.
No ano passado, o campeonato de surfe gerou um impacto de R$ 159 milhões na economia fluminense. Para 2025, a expectativa é que esse montante cresça 40%. Além disso, a tendência é que nos próximos anos o evento siga movimentando setores do município, já que no último dia 17 houve o anúncio da renovação da parceria entre a cidade e a WSL até 2028.
Assim, o "Maracanã do Surfe" é a único local do mundo a sediar as três etapas do circuito mundial da WSL: o Qualifying Series (QS), o Championship Tour (CT) e o Challenger Series (CS), em outubro.


