PSG é condenado a pagar € 61 milhões a Mbappé, hoje no Real Madrid
O Paris Saint-Germain foi condenado nesta terça-feira (15) a pagar cerca de € 61 milhões (aproximadamente R$ 391 milhões) ao seu ex-atacante Kylian Mbappé. A decisão do Tribunal do Trabalho de Paris representa uma vitória para o craque do Real Madrid e atual capitão da seleção francesa, que cobrava salários, bônus e férias não pagos ao término de seu contrato com o clube parisiense em 2024.
Em comunicado, o PSG informou que tomou "conhecimento da decisão", vai cumprir a determinação, mas "se reserva o direito de recorrer" da sentença. O clube afirmou ainda que "sempre agiu de boa-fé e com integridade" e "deseja ao jogador o melhor para a continuidade de sua carreira".
A separação tumultuada entre PSG e Mbappé, em 2024, e a consequente ação trabalhista do jogador despertaram grande interesse midiático na França. Dezenas de jornalistas acompanharam o anúncio da sentença em uma sala do Tribunal do Trabalho de Paris, no início da tarde desta terça-feira.
A presidente do tribunal, chamado em francês de Conselho dos Prud'hommes e composto por dois representantes dos empregadores e dois dos empregados, calculou em € 55 milhões os salários e bônus não pagos pelo PSG ao atacante. Os € 6 milhões adicionais referem-se às férias remuneradas.
A decisão inclui "execução provisória", o que significa que o clube deve pagar imediatamente, mesmo que decida recorrer. O PSG poderá analisar as possibilidades de recurso assim que receber a notificação da Justiça trabalhista, prevista para "o fim da semana ou a próxima", segundo fonte próxima ao caso.
Defesa de Mbappé comemora
Os advogados de Kylian Mbappé declararam em comunicado que "receberam com satisfação a decisão anunciada hoje pelo Conselho dos Prud'hommes". Segundo eles, "o julgamento confirma que os compromissos assumidos devem ser respeitados. Ele restabelece uma verdade simples: mesmo na indústria do futebol profissional, o direito trabalhista se impõe a todos".
Já o pedido para requalificar os contratos temporários assinados inicialmente por Mbappé como parte do tempo de serviço total foi rejeitado pelo conselho. Os advogados do atacante exigiam, nesse pedido, € 263 milhões adicionais, mas perderam.
Em contrapartida, o PSG terá de informar seus torcedores sobre a condenação na página principal de seu site durante um mês.
Pedidos do PSG rejeitados
O PSG também processou Mbappé por suposto prejuízo à imagem, perda de oportunidade de transferir o jogador e má-fé na execução de um acordo datado de agosto de 2023. O clube exigia € 440 milhões em indenizações, mas teve o pedido integralmente rejeitado.
Inicialmente, foi o capitão da seleção francesa quem acionou a Justiça trabalhista, após tentar sem sucesso obter nas instâncias esportivas o pagamento dos salários e bônus não recebidos.
O PSG alegava a existência de um acordo verbal feito no verão de 2023 para que o jogador, em final de contrato e prestes a sair sem indenização de transferência, não causasse prejuízo financeiro ao clube, que havia realizado um "investimento excepcional" nele.
Todas as tentativas de conciliação fracassaram. Para o clube, o objetivo do processo era proteger a instituição diante de um comportamento considerado desleal por parte do jogador, explicou uma fonte próxima à direção.
Litígio começou em 2023
O PSG tenta virar a página da era Mbappé, principalmente após conquistar a Liga dos Campeões em 31 de maio, mas a decisão da Justiça desta terça-feira é um revés significativo.
O litígio envenena a relação entre o craque e o clube há dois anos e meio. O atacante, que começou a jogar no PSG em 2017, foi afastado do grupo profissional no início da temporada 2023-2024 porque queria cumprir seu contrato até o fim, sem renovação. Esta escolha privava o clube de uma lucrativa indenização de transferência.
Mbappé acabou reintegrado ao time após a primeira rodada do campeonato. Mas, ao anunciar aos dirigentes, em fevereiro de 2024, a confirmação de sua saída e ida para o Real Madrid, a relação esfriou ainda mais.
A despedida do maior artilheiro da história do time parisiense ocorreu na primavera, sem pompa nem evento público, exceto por uma homenagem de alguns minutos organizada pela torcida na arquibancada após um jogo.
Recentemente, Mbappé também acusou o ex-clube de espalhar fake news sobre seu envolvimento em um caso de estupro na Suécia.
(Com AFP)
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