PUBLICIDADE

Corinthians comemora 20 anos do bi brasileiro

Time de craques, conquista teve brigas nos bastidores e um Dinei inspirado nos três jogos da decisão

23 dez 2018 - 09h00
Compartilhar
Exibir comentários

23 de dezembro de 1998. Há exatos vinte anos, o Corinthians entrava em campo para faturar o bicampeonato brasileiro. Era um time de estrelas, a começar pelo técnico Vanderlei Luxemburgo. Ele havia aceitado o convite da CBF para assumir a Seleção, durante o Brasileirão, mas entrou em acordo para continuar no clube até o final da competição.

“Foi o meu brasileiro mais difícil. Foi uma loucura organizar o trabalho do Corinthians com a Seleção. Mas eu não podia largar o clube. A gente tinha uma projeção de vencer a Libertadores com aquele time. Mas aquela base acabou ganhando o Mundial de 2000, com muito mérito do Oswaldo de Oliveira”, destaca Luxemburgo.

 O Sport Clube Corinthians Paulista comemora a conquista do Campeonato Brasileiro de 1998, depois de vencer o Cruzeiro por 2x0, no Estádio do Morumbi.
O Sport Clube Corinthians Paulista comemora a conquista do Campeonato Brasileiro de 1998, depois de vencer o Cruzeiro por 2x0, no Estádio do Morumbi.
Foto: Paulo Pinto / Estadão

Com um parceiro forte, o Corinthians repatriou Vampeta, trouxe Gamarra (o zagueiro que na Copa da França deixou a competição sem fazer falta) e montou uma seleção com craques do nível de Marcelinho, Ricardinho, Rincón e Edílson. E ainda tinha Silvinho na lateral esquerda, o talismã Dinei, o folclórico Mirandinha e até um Índio na lateral direita.

Só que a jornada até o bi teve direito a afastamento de Marcelinho Carioca por Luxemburgo. Famoso por se desentender com algumas estrelas (no Palmeiras chegou a afastar Edmundo), Luxa fez o mesmo com o Pé de Anjo. “Você afasta, mas sempre abre a janela pro cara voltar. Eu nunca deixei de trazer o jogador de volta, até porque eles eram patrimônios do clube”, diz o técnico.

Edílson comemora gol durante a partida final do Campeonato Brasileiro de 1998. Corinthians e Cruzeiro disputaram o título no Estádio do Morumbi. O time paulista saiu vencedor com um placar de 2x0.
Edílson comemora gol durante a partida final do Campeonato Brasileiro de 1998. Corinthians e Cruzeiro disputaram o título no Estádio do Morumbi. O time paulista saiu vencedor com um placar de 2x0.
Foto: Vidal Cavalcante / Estadão

As brigas no vestiário também foram constantes. Marcelinho chegou a correr mais de uma vez pra não apanhar de Rincón. Edilson chegou a propor que o colombiano procurasse alguém do seu tamanho como Vampeta, porque era covardia bater só nele e no Marcelinho. 

“Naquela época isso acontecia em todos os clubes. Saíam na porrada mesmo. Era a vontade de ganhar. Hoje os caras nem se falam, só ficam no celular. Como é que vão brigar?”, pergunta Luxemburgo.

O fato é que dentro de campo as coisas funcionaram como música. Na decisão contra o Cruzeiro, o Corinthians saiu perdendo de 2 x 0 no Mineirão. No intervalo, Luxemburgo voltou com Dinei, que empatou a partida e cruzou para Marcelinho deixar tudo igual no segundo tempo.

No segundo jogo, novo empate no Morumbi. Com Dinei entrando no segundo tempo para dar o passe para Marcelinho abrir o placar. Só que Marcelo Ramos empatou a partida 

Torcedor do Timão grita das arquibancadas durante a final do Campeonato Brasileiro entre Corinthians e Cruzeiro. Após a disputa das três partidas o placar agregado terminou em 5 a 3 (2 x 2/1 x 1/2 x 0) a favor do clube paulista. Este foi o segundo título brasileiro do Sport Club Corinthians Paulista.
Torcedor do Timão grita das arquibancadas durante a final do Campeonato Brasileiro entre Corinthians e Cruzeiro. Após a disputa das três partidas o placar agregado terminou em 5 a 3 (2 x 2/1 x 1/2 x 0) a favor do clube paulista. Este foi o segundo título brasileiro do Sport Club Corinthians Paulista.
Foto: SEBASTIÃO MOREIRA / Estadão

E no dia 23 de dezembro, Dinei outra vez saiu do banco para entrar para a história como o então único bicampeão brasileiro pelo Corinthians de fato. Foi dele o lançamento que deixou Edilson na cara do gol para driblar Dida e marcar o primeiro gol. E foi dele a jogada como ponta direita com o cruzamento preciso para Marcelinho mergulhar e fazer o segundo gol, que garantiu o título de vez. 

No meio de tantas brigas e vaidades fora de campo, basta rever as imagens do último jogo da decisão para perceber que havia também uma unanimidade no grupo: Dinei. Abraçado por todos, reverenciado por Rincón, o atacante, que dois anos atrás havia sido suspenso por doping, dava início a uma volta por cima daquelas que o esporte adora proporcionar.

Paradinha Esportiva Paradinha Esportiva
Compartilhar
Publicidade
Publicidade