Londres segue Pequim e tem judô truncado e com poucos ippon
4 ago2012 - 22h00
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Allan Farina
Direto de Londres
Quem foi ao judô da Olimpíada de Londres buscando lutas com muita técnica e pontos não saiu completamente satisfeito. As lutas da modalidade seguiram o padrão já visto em outras edições dos Jogos e contaram com duelos truncados e de poucos ippon, a pontuação máxima que já encerra a disputa ao ser obtida. Somente 47,5% das lutas foram concluídas desta maneira.
O número repete o que foi visto na Olimpíada de Pequim, em que também 47% das disputas contaram com ippon. O número é bem inferior se comparado ao Mundial de Paris, ocorrido em 2011, que viu a pontuação máxima do judô em 67,5% das lutas. Este fato, porém, tem uma explicação simples.
"Olimpíada é uma competição que só existe de quatro em quatro anos. E os melhores estão aqui. Em campeonatos mundiais e continentais atletas mais fracos também participam. Aqui é completamente diferente, o nível é muito mais próximo uns dos outros. Por isso é normal que não haja tantos ippon. E depois os atletas não querem perder, então não se arriscam tanto nas lutas", disse Rui Rosa, técnico da seleção portuguesa.
Outro ponto visto na Olimpíada de Londres foi o grande número de lutas decididas no golden score, a prorrogação de três minutos. Para o pesado Rafael "Baby" Silva conquistar seu bronze, por exemplo, foi necessário passar quatro vezes pelo tempo extra.
"Isso acontece porque o judô está se nivelando bastante. Os atletas não deixam fazer a pegada direito, não dão oportunidade. E a regra incentiva isso. Não dá tempo de manter a pegada. Todo mundo vem anulando e sai um judô em que a técnica deixa a desejar", afirmou Luiz Shinohara, treinador do time masculino do Brasil.
"Mas quando chega nesse nível aqui, os atletas estão muito próximos uns dos outros. Acho que um pouco em função disso é difícil de ter um ippon. Mas a busca tem que ser essa, sempre tentar o ippon, mas é difícil nesse nível", complementou.
O judô dos Jogos de Londres ainda teve como característica o excesso de punições recebidas pelos atletas. Foram 359 shido em 254 lutas, média de cerca de 1,41 penalidades aplicadas em cada combate. É um número bem superior ao Mundial de 2011, que teve uma média de cerca de 0,85 punições por duelo (452 shido em 531 lutas).
Depois de brilhar no início da competição um ippon, Baby passou pelo Golden Score, tempo-extra do judô, em todos os quatro combates restantes - Marius Paskevicius (Lituânia); derrota para o russo Alexander Mikhaylin; e vitórias sobre Bob Borna e a última sobre Sung-Min Kim
O sonho do bronze da Maria Suellen Altheman terminou diante de uma das principais judocas da atualidade
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Nesta sexta-feira, a judoca, mulher do medalhista de prata Carlos Honorato, perdeu por ippon, fruto de uma chave de braço, para a chinesa Wen Tong
Foto: Marcelo Pereira / Terra
A asiática é heptacampeã mundial e perdeu apenas um combate desde 2007, justamente a semifinal para a cubana Idalys Ortiz
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Dessa forma, a atleta brasileira deixa a Olimpíada de Londres sem subir no pódio
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Ela foi consolada pela técnica Rosicléia Campos
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Nesta sexta-feira, a judoca, mulher do medalhista olímpico de prata em Sydney 2000 Carlos Honorato, venceu a cazaque Gulzan Issanova por um wazari e um yuko de vantagem e, de uma maneira tranquila, se garantiu na disputa pela medalha de bronze
Foto: Marcelo Pereira / Terra
No primeiro combate depois da queda nas quartas de final, Maria Suellen começou com um ritmo lento, assim como sua adversária
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Com pouco mais de um minuto de luta, ambas as judocas foram punidas, e o combate se abriu imediatamente
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Bem encaixada na pegada, a brasileira aplicou um ashi-guruma com 1min31
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Obteve o wazari que garantiu a passagem para a disputa do bronze
Foto: Marcelo Pereira / Terra
Suellen venceu a atleta do Cazaquistão
Foto: Marcelo Pereira / Terra
A judoca Maria Suellen Altheman acabou eliminada da disputa pela medalha de ouro no torneio de judô dos Jogos Olímpicos de Londres
Foto: Reuters
Em combate realizado na manhã desta sexta-feira no Complexo ExCel, na capital do Reino Unido, a atleta nacional acabou perdendo por ippon para a japonesa Mika Sugimoto, segunda cabeça de chave do torneio, e caiu para a repescagem
Foto: Reuters
Depois de duas vitórias expressivas em Londres, Maria Suellen errou justamente diante de uma adversária implacável. Extremamente técnica, a judoca japonesa aproveitou uma entrada errada da brasileira para aplicar um ashi-guruma e definir o combate por ippon com apenas 48s. Frustração para a competidora nacional, que perdeu a chance de repetir o marido e disputar uma final olímpica
Foto: Reuters
Mulher do medalhista de prata em Sydney, Carlos Honorato, a judoca Maria Suellen Altheman se garantiu nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Londres. Na manhã desta sexta-feira, a representante do peso pesado (acima de 78 kg) venceu a tunisiana Nihel Cheikh Roubou por ippon e se manteve na disputa por medalha
Foto: Reuters
A judoca convenceu na primeira rodada do judô nos Jogos Olímpicos de Londres. Na manhã desta sexta-feira, a brasileira superou a francesa Anne-Sophie Mondiere por um wazari de vantagem e avançou