Copa faz aumentar confiança no sucesso dos Jogos Olímpicos
"Sofremos críticas, algumas pertinentes, outras infundadas e vimos que tudo o que foi assumido pelos governos aconteceu", diz Eduardo Paes, atual prefeito do Rio
Há algum tempo era quase um pecado comparar Copa do Mundo e Jogos Olímpicos no Brasil. Confederação Brasileira de Futebol e Comitê Olímpico do Brasil mantinham relações frias. O tempo passou e a dois anos da abertura da Rio 2016 ninguém tem mais medo de afirmar que o sucesso do Mundial alavancou a confiança, pelo menos por parte dos dirigentes e políticos, de que o evento vai ser um sucesso.
"O sucesso da Copa ajuda e muito no processo da Olimpíada. Sofremos críticas, algumas pertinentes, outras infundadas e vimos que tudo o que foi assumido pelos governos aconteceu. A jornada não precisa ser tão dolorosa daqui em diante. A credibilidade que a gente adquiriu na Copa vai servir para levar tudo à frente", disse Eduardo Paes, atual prefeito do Rio, em entrevista nesta segunda.
Para o presidente do Comitê Organizador Local e do COB, Carlos Artur Nuzman, para quem o mais importante é dar qualidade aos atletas para a disputa, já se pode sentir uma mudança de ares. "Começamos a viver a transformação em todos os sentidos. A marca que temos hoje é a grande mudança no planejamento para a execução dos jogos", afirmou.
Para o secretário executivo do Minstério do Esporte, Luiz Fernandes, há uma grande aceleração nas obras no momento. Ele destacou o avanço no Complexo de Deodoro e a entrega, no mês de setembro, do novo Ladetec, laboratório antidoping que foi descredenciado pela Agência Mundial Antidopagem e tirou o Brasil do mapa na luta pelo controle do doping no esporte.
Presidente da Autoridade Olímpica, o general Fernando de Azevedo e Silva destacou a integração das autoridades para o sucesso do evento. "Essa integração nesses dois anos me fazem não ter dúvida de que vai ser um evento de sucesso", disse.
Mas Luiz Fernandes fez questão de detalhar a diferença entre as competições. Disse que na Copa do Mundo era a coordenação do Governo Federal com 12 Estados, 11 prefeituras, cidades vizinhas e uma única modalidade.
"No caso dos Jogos Olímpicos são jogos mais concentrados no Rio. Temos que negociar com 30 federações, com suas exigências, e cada uma acha que seu esporte é o mais importante do mundo. Encaro os dois anos da abertura com a mesma confiança dos dois anos da abertura da Copa. Enfrentei certo mal humor e ceticismo, mas tínhamos convicção de que tudo estaria pronto e a agora a mensagem é a mesma", disse.
Nuzman disse que se sente com o mesmo frio na barriga que um atleta olímpico. "Fui atleta e sei da responsabilidade". Já Paes disse que o nível de cobrança só aumenta e que o último momento relaxado que teve foi no ano passado, quando tirou uma semana de férias em novembro com a mulher e os filhos, e que vai seguir na linha de cobrança habitual para que tudo esteja pronto.
"E não pensem que só cobro. O Nuzman faz cara de bonzinho, mas não é nada disso e a 'doce' Dilma não precisa nem dizer", disse, arrancando gargalhadas pela fama de mandona da atual presidente da República.
