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Salgueiro (PE) venceu o Estadual menos democrático do País

Clube do interior quebrou hegemonia de 76 anos dos três grandes de Pernambuco

6 ago 2020 - 13h19
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De todos os campeões estaduais de 2020, o ano da pandemia da covid-19, ninguém vai ter alcançado a façanha do Salgueiro (PE). O título inédito da equipe do interior, consumado nessa quarta (5), ao vencer o Santa Cruz, nos pênaltis, no Arruda, representa um feito que encerra uma sequência de sete décadas e meia em que apenas Sport, Náutico e Santa Cruz eram os vencedores da competição.

A última vez que isso tinha ocorrido foi em 1944, quando o América conquistou o campeonato local. Esses dados sugerem que o Pernambucano era o menos democrático dos Estaduais do Brasil, sem que equipes de menor porte conseguissem o título.

Basta conferir o que ocorreu, ou ocorre, nos demais Estados. No Rio, onde prevalece também há muitos anos a hegemonia dos quatro grandes (Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo), o Bangu levou o troféu em 1966.

Mas, em São Paulo, somente nos anos 2000, Ituano, duas vezes, e São Caetano já chegaram ao topo, deixando Palmeiras, São Paulo, Santos e Corinthians para trás. Em Minas, no mesmo período, Caldense e Ipatinga desbancaram Cruzeiro, Atlético e América. Recentemente no Rio Grande do Sul, em 2017, o Novo Hamburgo levantou o caneco, para surpresa dos torcedores de Grêmio e Internacional.

No Paraná, não é diferente. Em 2014, o Londrina, e, em 2015, o Operário de Ponta Grossa não deram chance para Athletico e Coritiba. Na Bahia, o Colo Colo, de Ilhéus, em 2006, e o Bahia de Feira de Santana, em 2011, interromperam o revezamento de Bahia e Vitória como campeões estaduais.

Os papões Ceará e Fortaleza não dão brecha para ninguém no Cearense faz 25 anos – desde que o Ferroviário entrou no meio do caminho deles com o bicampeonato em 1994-95. Já em Goiás, o Itumbiara, em 2008, ignorou a força da dupla Goiás-Atlético.

Essa ruptura do Salgueiro (PE) é constatada também fora dos grandes centros. No Espírito Santo, nos últimos dez anos houve oito campeões diferentes. Em Santa Catarina, desde 2000, Figueirense, Avaí, Criciúma, Joinville e Chapecoense já venceram o título. Em 2011, o Independente, e, em 2012, o Cametá, foram os intrusos da vez no Paraense, empurrando Remo e Paysandu para baixo.

Também no Distrito Federal, desde 2012, cinco clubes já conquistaram o Brasiliense. O panorama não é muito diferente do que se vê no Potiguar, Sergipano, Piauiense, Alagoano, Maranhense, Paraibano e assim por diante, incluindo Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, Amazonas e demais Estados do Norte.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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