Rodada do Brasileirão no fim de semana é marcada por lambanças da arbitragem
Ao menos quatro partidas tiveram lances polêmicos, gerando indignação e reclamação dos clubes
A segunda rodada do Campeonato Brasileiro foi marcada por polêmicas envolvendo a arbitragem em pelo menos quatro partidas do fim de semana. Dirigentes demonstraram indignação e houve muita reclamação por parte dos clubes.
Cabe ressaltar que todas as agremiações das Séries A e B do futebol nacional votaram pela reeleição do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que restringiu verba para a avaliação dos árbitros em 2024 apesar de a entidade ter aumentado o salário dos chefes de federações em 330% e ter gastado R$ 3 milhões com um grupo de 49 pessoas sem relação direta com a entidade durante a Copa do Mundo do Catar, como mostrou reportagem da revista Piauí.
O lance mais comentado da rodada foi o pênalti polêmico marcado para o Palmeiras na partida contra o Sport, determinante para a vitória por 2 a 1 do time paulista em Recife. Aos 42 minutos do segundo tempo, o árbitro Bruno Arleu de Araújo marcou toque de Matheus Alexandre em Raphael Veiga dentro da área e assinalou a penalidade. O assistente de vídeo Rodrigo Nunes de Sá ratificou a decisão de campo e sequer chamou para revisão no monitor.
O vice-presidente de futebol do Sport, Guilherme Falcão, detonou a arbitragem em entrevista coletiva após a partida e classificou o lance como uma "vergonha para a arbitragem brasileira". O clube pernambucano emitiu nota cobrando providências efetivas e "responsabilização dos envolvidos". Nas redes sociais, parte dos palmeirenses também discordaram do lance, incluindo o ex-goleiro Marcos, ídolo alviverde.
Expulsão em Inter x Cruzeiro
Outro lance que gerou muita reclamação foi a expulsão de Jonathan Jesus, do Cruzeiro, aos 20 minutos do primeiro tempo na derrota para o Internacional, em Porto Alegre. O árbitro Marcelo de Lima Henrique viu falta do zagueiro em Enner Valencia próximo da grande área e indicou que apresentaria o cartão amarelo. Contudo, ainda durante a análise do VAR, define que aplicaria o vermelho por "dogso", termo em inglês para "Denial of an Obvious Goal-Scoring Opportunity" ("Negação de uma Oportunidade Clara de Gol", em tradução literal. Daiane Muniz, responsável pela operação do vídeo, validou a punição.
O Cruzeiro teve poucas chances de competir à altura com um jogador a menos e foi derrotado por 3 a 0. Pedro Lourenço, dono da SAF do time mineiro, criticou a atuação de Marcelo de Lima Henrique logo após a partida, em entrevista coletiva, e afirmou que a diretoria fez contato com a Comissão de Arbitragem da CBF para cobrar explicações pelo lance. "O Internacional não tem a ver com isso. Poderia ganhar sem o lance da expulsão. Lamentável que tenha acontecido isso com a gente", disse.
Alexandre Mattos, CEO do Cruzeiro, se manifestou nas redes sociais ainda durante a partida. Em publicação nos stories de sua conta no Instagram, ele escreveu "assalto a mão armada" junto da foto de um homem encapuzado apontando um revólver. Gabigol também ironizou o lance em post na plataforma. "Enquanto isso... a preocupação é subir na bola", escreveu o atacante cruzeirense, em referência ao ofício da CBF comunicando os clubes que os árbitros vão marcar falta na jogada, protagonizada por Memphis Depay na final do Paulistão.
CBF divulgou o audio do VAR da expulsão de Jonathan, do Cruzeiro, na partida vs Inter
"O defensor está atrás da linha da bola, ele não tem mais condições de disputar essa bola com esse jogador. Tem proximidade, tem domínio, e só tem o goleiro à frente"
— Diário de Torcedor (@DiarioGols) April 7, 2025
Sem amarelo
O São Paulo foi valente e conseguiu segurar um empate sem gols fora de casa com o Atlético-MG, mas a história poderia ter sido outra. A equipe tricolor reclamou com o árbitro Ramon Abatti Abel por ele não ter apresentado o segundo cartão amarelo para o zagueiro Lyanco por entrada em Ferraresi. O treinador são-paulino Luis Zubeldía chiou bastante e recebeu o vermelho por aplaudir o árbitro de maneira irônica.
Na reta final da partida, o atacante Calleri foi expulso com apenas 13 minutos em campo após acertar cotovelada no rosto de Junior Alonso e o São Paulo sofreu uma blitz nos minutos finais, com o goleiro Rafael fazendo defesas importantes. O último lance da partida foi o segundo cartão amarelo para Lyanco justamente por uma falta em Ferraresi, e os times encerraram a partida com um a menos para cada lado.
Galera do São Paulo ficaram loucos da vida pedindo o 2º amarelo para Lyanco.
Árbitro não marcou.
Zubeldia ficou estressadissimo, e acabou expulso de campo.
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— Diário de Torcedor (@DiarioGols) April 6, 2025
Quase pênalti
Na Vila Belmiro, o árbitro Alex Gomes Stefano poderia ter cometido um erro crasso se não fosse o VAR. Após Thaciano desviar cruzamento, o responsável pelo apito viu toque na mão de Erick Pulga, do Bahia, dentro da própria e assinalou pênalti para o Santos. Porém, a bola bateu no rosto do atacante tricolor.
Apesar de o lance parecer simples, Alex Stefano precisou ser avisado pelo assistente de vídeo Gilberto Rodrigues Castro Junior sobre o equívoco. A partida terminou empatada por 2 a 2.
Guilherme cruzou, Thaciano desviou e a bola bateu no rosto de Erick Pulga.
Em um primeiro momento, o árbitro marcou o pênalti, mas, após revisão no VAR, anulou. pic.twitter.com/Nxq6JDaUO7
— ge (@geglobo) April 7, 2025