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Paixão pelo futebol cresce em Cuba, e esportistas pedem mais organização

18 mai 2013 - 10h04
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As crianças improvisam 'peladas' nas ruas, a televisão estatal transmite jogos internacionais, técnicos e atletas sonham com melhores campos e em torneios, para melhorar o nível: a paixão pelo futebol ganha espaço em Cuba e muitos entendem que esta é a grande chance da modalidade no país.

Na ilha caribenha, o beisebol é o esporte nacional, um tipo de "identidade" para a população, mas nos últimos anos o futebol cresceu, sobretudo, entre os mais jovens. Por isso, especialistas acreditam que o fenômeno merece mais atenção.

Dariem Díaz, diretor técnico do La Habana - time da primeira divisão -, considera que existe uma verdadeira febre em Cuba, mas lamenta: "há muita gente jogando, mas não há organização".

Díaz afirmou à Agência Efe que a população com menos de 25 anos se empolga cada vez mais com o futebol, enquanto nas equipes infantis aumentou o número de inscrições. O diretor técnico já enxerga, inclusive, que as crianças apresentam "habilidades naturais", o que antes não era fácil de encontrar.

A opinião geral é que a propaganda foi fundamental: os canais da televisão cubana (todos estatais) apostaram no futebol nos últimos anos, transmitindo ao vivo a Copa do Mundo, partidas de competições europeias e outros torneios importantes, além de manter diversos espaços semanais dedicados ao esporte.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse em abril que o futebol vive um momento "mais importante" do que o beisebol em Cuba. No país, o dirigente supervisionou os projetos do programa "Goal", para instalar um campo de grama sintética e reformar estádios durante uma visita de trabalho.

A declaração de Blatter, no entanto, gerou polêmica. Algumas pessoas consultadas pela Efe garantem que o número de espectadores nos estádios demonstra o contrário, e que o assunto futebol é mais midiático, estando limitado aos campeonatos europeus e aos fãs que se dividem entre Messi e Cristiano Ronaldo.

Esses especialistas advertem contradições entre a crescente popularidade do futebol e seu desenvolvimento no país: há poucos intercâmbios entre clubes, o campeonato nacional é muito curto e há pouca repercussão na imprensa. Além disso, afirmam, o público cubano não mostra grande conhecimento e nem interesse pelos clubes locais.

Mesmo assim, Cuba tem obtido alguns resultados interessantes. Em dezembro, a equipe principal conquistou a Copa do Caribe. Dois meses depois, a seleção sub-20 conseguiu pela primeira vez na história uma vaga para o Campeonato Mundial da categoria, que acontecerá na Turquia em junho.

Marcel Hernández, de 23 anos e marcador do gol que levou a Cuba ao título na Copa do Caribe, acredita que agora é preciso "pensar além, até mesmo em (participar de) um Mundial, quem sabe".

Cuba já participou de uma Copa do Mundo, na França em 1938. Na competição, em sistema eliminatório, a estreia foi com empate com a Romênia, em 3 a 3, mas a seleção do país caribenho venceu na partida desempate, por 2 a 1. Nas quartas de final, os cubanos sofreram uma das maiores goleadas da história dos Mundiais: 8 a 0 para a Suécia.

Embora em termos esportivos vencer uma Copa do Mundo seja uma conquista remota, para os cubanos essa uma "façanha" possível, na qual podem sonhar.

Nos Jogos Olímpicos de 1976 e 1980, as seleções cubanas avançaram até às quartas de final. Mesmo assim, em um país acostumado com os triunfos esportivos no beisebol, atletismo e boxe, o futebol tem um histórico bem modesto.

Hernández acha que os problemas do futebol cubano ficam evidentes durante uma partida, a partir do segundo tempo, quando fica clara a "falta de malícia e experiência" dos jogadores.

"Não temos o melhor campo, o campeonato nacional está em grandes dificuldades e tudo isso afeta, embora tenhamos a vontade de jogar o futebol", afirmou.

Um de seus companheiros de seleção, o zagueiro Yusvany Caballero, disse acreditar que "se realmente o governo cubano, na esfera esportiva, deseja desenvolver o futebol, o momento é agora".

Vários técnicos acham que o primeiro passo seria se aproximar mais dos bairros e "garimpar" talentos nas ruas, diante da euforia futebolística que vivem os mais jovens.

Walter Manuel Rosales, que dirigiu a seleção de Cuba na Copa do Caribe, declarou neste mês a um jornal do país que a solução não é contratar um técnico estrangeiro, mas que os treinadores locais se superem.

Para Dariem Díaz, é preciso mais "vontade política" dos dirigentes esportivos para tomar decisões organizadas, para não "desperdiçar este momento mágico".

EFE   
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