Com bloqueios, Olimpia pode não receber R$ 11,8 milhões em caso de título
Já há quase R$ 4 milhões conquistados e, em caso de título, serão totais R$ 11,8 milhões em prêmios destinados pela Conmebol. Mas, por problemas judiciais, o Olimpia não tem acesso às quantias oferecidas por metas alcançadas desde a fase de grupos da Copa Libertadores. Todo o dinheiro está retido na Associação Paraguaia de Futebol. A decisão do torneio ocorre nesta noite, em Belo Horizonte, contra o Atlético-MG.
Há duas pendências em especial que bloqueiam as contas do Olimpia. O ex-treinador Luis Cubilla questiona salários não acertados depois de sua demissão em 2010. Mas o processo mais grave é movido pela Nucleo S.A., grupo que detém a companhia telefônica Personal. O montante pedido por este último oscila em torno de US$ 2 milhões (mais de R$ 4,5 milhões na cotação atual).
O imbróglio entre o Olimpia e a Personal ocorre por quebra de contrato unilateral por iniciativa do ex-presidente Marcelo Recanate. Insatisfeito com os valores do acordo firmados antes de sua eleição, Recanate ordenou que a marca fosse retirada da camisa olimpista. O acerto havia sido feito por Eduardo Delmás, então presidente, e era válido por dois anos.
“Personal é patrocinadora do Olimpia há 10 ou 15 anos e sempre renova por um ano. Agora, antes da assembleia, renovou por quatro anos e pagou adiantado US$ 1,1 milhão de dólares para uma diretoria que poderia ser eleita ou não”, reclamou Recanate à época.
Em outubro, o Olimpia anunciou ser alvo de 102 processos na justiça paraguaia. Oficiais de justiça foram à sede para penhorar troféus, mas foram demovidos por dirigentes. Em meio a cinco meses de salários atrasados, Marcelo Recanate renunciou ao cargo em fevereiro e acusou problemas de saúde. O clube é comandado interinamente por Oscar Caríssimo Neto.
Há outras razões apontadas para a renúncia de Recanate. O grupo empresarial liderado por ele investiu US$ 19 milhões no Olimpia entre dezembro 2010 e 2012, mas recuperou menos de um terço da quantia. Foram US$ 5 milhões só para demandas judiciais, segundo o vice-presidente Jorge Olmedo.
Em meio a tantos problemas financeiros, sobretudo os bloqueios da justiça, o Olimpia precisou do auxílio de colaboradores com premiações para os jogadores e até para custear as viagens internacionais. Arnaldo Decoud, empresário que pretende ser presidente do clube paraguaio, custeou o voo olimpista a Belo Horizonte.