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Irã autoriza a presença de mulheres em jogo de futebol da liga nacional

Autoridades liberam ida de mulheres à partida entre Esteghlal FC e Mes-e Kerman no estádio Teerã Azadi

25 ago 2022 - 17h19
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Em uma atitude rara, as autoridades iranianas permitiram, nesta quinta-feira, que mulheres pudessem assistir a um jogo de futebol no estádio Teerã Azadi na capital iraniana. Vídeos postados nas redes sociais mostraram a presença feminina dentro do estádio durante o jogo entre Esteghlal FC, o segundo time mais popular do Irã, e Mes-e Kerman.

A filmagem mostra mulheres agitando bandeiras azuis do Esteghlal, em uma área especial entre os 100 mil lugares do estádio. De acordo com a agência de notícias ISNA, 500 ingressos foram dedicados exclusivamente para mulheres, embora não tenha ficado claro quantas compareceram.

Um site de notícias, o Asriran, disse que quatro horas antes da partida, os ingressos atribuído a mulheres foram vendidas por cerca de US$ 70 (cerca de R$ 358) no mercado negro, em comparação com seu preço oficial de menos de US$ 2,00.

As mulheres foram proibidas principalmente de assistir a jogos masculinos e outros eventos esportivos no Irã desde a Revolução Islâmica de 1979. Em 2019, após vários pedidos da Fifa, pela primeira vez depois de décadas, centenas de mulheres iranianas foram autorizadas a assistir Persepolis jogar contra Kashima, do Japão, na decisão da Liga Asiática, em Teerã.

Em janeiro último, mais de 2 mil espectadoras assistiram no Estádio Azadi a seleção nacional de futebol do Irã derrotar o Iraque no Grupo A, pelas Eliminatórias Asiáticas.

No entanto, em março, as autoridades iranianas impediram as mulheres de comparecerem ao último jogo das Eliminatórias para o Mundial entre Irã e Líbano na cidade sagrada de Mashhad. Na época, a mídia iraniana disse que 12.500 ingressos foram vendidos online, dos quais 2 mil seriam reservados para mulheres.

Ahmad Alamolhoda, um influente líder religioso, nomeado pelo líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, disse que é contra a presença de mulheres como espectadoras em competições esportivas masculinas. "Trata-se e uma 'vulgaridade'".

Estadão
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