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Federação Mexicana faz campanha contra gritos homofóbicos

Entidade já foi multada pela Fifa por não conseguir evitar cantos ofensivos feitos por parte da torcida na Rússia

20 jun 2018 - 09h04
(atualizado às 09h29)
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A Federação Mexicana de Futebol utilizou nesta quarta-feira as redes sociais para pedir a seus torcedores que parem de entoar gritos homofóbicos na Copa do Mundo. A entidade tem tentado sem sucesso acabar com uma mania da torcida, que causado prejuízo financeiro ao futebol do país.

Apesar de terem reforçado esse pedido antes da estreia da equipe, na vitória por 1 a 0 sobre a Alemanha domingo em Moscou, boa parte dos mexicanos no estádio gritaram "bicha" cada vez que o goleiro Neuer ia bater o tiro de meta.

Torcedores mexicanos fazem festa no Estádio Luzhniki, em Moscou
Torcedores mexicanos fazem festa no Estádio Luzhniki, em Moscou
Foto: Ryan Pierse / Getty Images

"Torcedores na Rússia, evitem a expulsão do estádio e a perda de sua credencial para assistir à Copa. Com este grito, vocês não nos apoiam", informou pelo Twitter. Junto com a mensagem, a Federação Mexicana colocou o link com as regras de conduta do Mundial.

Isso tudo porque a Fifa abriu na última segunda-feira procedimento disciplinar contra a Federação Mexicana de Futebol por conta do comportamento da torcida do país durante o jogo contra a Alemanha.

O caso agora está com o Comitê de Disciplina da entidade que, nos próximos dias, poderá anunciar uma punição contra o time mexicano. O mais provável é que uma multa seja aplicada contra a federação. O valor, porém, será elevado caso a torcida volte a repetir o ato durante a Copa.

Ao longo dos últimos dois anos, os mexicanos foram punidos doze vezes pela Fifa por conta do mesmo comportamento em jogos das Eliminatórias. Foram mais de sete multas aplicadas em dois anos, elevando os pagamentos a mais de US$ 100 mil.

Já passou a ser constante a reação dos torcedores em chamar de "puto" (bicha) o goleiro adversário, no momento do tiro de meta. Uma marca mexicana chegou a sugerir em um comercial que o grito, ante a Copa, fosse trocado por "Putin". Mas, por um pedido da Fifa e da federação local, o comercial chegou a ser retirado do ar.

Na Fifa, as federações latino-americanas tentaram convencer a entidade que os gritos de "bicha" eram "culturais". Mas a entidade não aceitou as explicações e chegou a obrigar o Chile a jogar sem torcida.

No final do ano passado, a Corte Arbitral dos Esportes cancelou duas multas aplicadas sobre o México indicando que, ainda que elas fossem insultantes, não tinham como meta ofender.

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