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De volta ao Brasil, Cristiane sonha em trabalhar com a base

Maior artilheira de uma edição de Jogos Olímpicos fala sobre a Copa do Mundo feminina e já pensa em se qualificar para o futuro

24 jan 2019 - 13h00
(atualizado às 15h41)
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A atacante Cristiane ainda está focada na Seleção Brasileira. Aos 33 anos, ela está reunida com a equipe em concentração que já visa a Copa do Mundo, que será realizada na França entre 7 de junho e 7 de julho. Após anunciar para o mundo que o Mundial será o seu último, a atleta falou com o Terra sobre os planos para o futuro e revelou que pretende trabalhar com divisões de base no futebol feminino.

Cristiane durante entrevista para a CBF TV
Cristiane durante entrevista para a CBF TV
Foto: CBF TV / Reprodução

“Eu não tive base, não tive a oportunidade que elas têm hoje, então acho que nada mais justo do que trabalhar e poder incentivar essas meninas”, explicou a artilheira. A jogadora começou a carreira como muitas das suas companheiras: jogando futebol na rua entre os meninos, até que um dia um vizinho se ofereceu para levá-la para um teste. Da escolinha, ela passou a defender o Juventus, em São Paulo. Aos 15 anos, foi convocada para a primeira Seleção Sub-19; aos 18, disputou uma Copa do Mundo profissional; aos 19, assumiu a titularidade na equipe na campanha medalha de prata durante as Olimpíadas de Atenas.

Para Cristiane, é importante que as jogadoras mais jovens tenham referências, mas também precisam ter a responsabilidade de representar a Seleção por conta própria. “Elas precisam ver o quanto pesa essa camisa”, avaliou.

No entanto, apesar de se despedir da equipe nacional, Cristiane garante que vai continuar a jogar em clubes “até a hora que a perna não aguentar”. Terceira maior artilheira da Seleção, atrás apenas de Marta e Pelé, ela promete dar muito gás em 2019pelo São Paulo. O anúncio da contratação para o time profissional pegou os fãs do futebol de surpresa, já que a equipe só tinha uma equipe de base desde a temporada 2017. O anúncio fez a alegria da torcida tricolor. E, para ela, foi também uma oportunidade de ajudar a desenvolver o futebol feminino no Brasil.

“Eles me apresentaram um projeto muito bom para um começo bacana, fazendo com que a modalidade vá crescendo aos poucos”, avaliou. A possibilidade de ficar perto da mãe, que passa por problemas de saúde, também foi fundamental para a escolha. “Eu estava esperando que algum dos clubes de camisa, teoricamente o Santos ou o Corinthians, viessem com alguma coisa, mas tive uma surpresa muito boa”, afirmou.

Cristiane se apresentará no São Paulo em fevereiro, após o fim do período de treinamentos na Seleção. E, segundo ela, o projeto apresentado foi focado na melhor experiência para a jogadora, tanto financeira quanto de estrutura. “Eles demonstraram o tempo inteiro que me queriam dentro do clube e fizeram um planejamento em cima disso”, apontou. Acostumada a jogar no Brasil, ela garante que o trabalho ao lado da comissão técnica do time tricolor será voltado para render os melhores frutos. “Eles fizeram tudo o que uma atleta precisa para trabalhar”, concluiu.

Cristiane foi anunciada pelo São Paulo
Cristiane foi anunciada pelo São Paulo
Foto: Renata Damasio / SaoPauloFC.Net / Divulgação

Futebol brasileiro

Após deixar o Changchun Zhuoyue, da China, Cristiane afirma que precisava de uma boa estrutura para voltar ao futebol nacional. A jogadora acredita que, por ter retornado, pode abrir o caminho e as possibilidades que outras atletas da Seleção também passem a defender clubes no país - e vai lutar para que a estrutura seja correspondente à qualidade das atletas.

“Por que a gente não começa a tentar trazer essas meninas de volta para cá, fazer com que a modalidade cresça mais ainda e as pessoas se interessem pelo futebol feminino?”, questiona, citando os exemplos de países como Alemanha, Estados Unidos e França.

Ela admite que a Seleção ainda precisa de melhorias para enfrentar esses adversários no Mundial. Ainda assim, acredita que outras equipes podem surpreender - e é importante estar preparada. “Acho que é um momento de concentração, da comissão procurar corrigir o que é necessário e as atletas também melhorarem o máximo.”

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Fonte: Redação Terra
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