Mais ovacionado que Messi, Tevez reestreia mal após 4 anos

Se você acha que o jogador argentino mais ovacionado pela torcida antes da estreia na Copa América neste sábado, diante do Paraguai, em La Serena, foi Lionel Messi... errou. Carlitos Tevez, que voltou à seleção quatro anos depois de seu último jogo, foi quem mais despertou o público em um duelo marcado pelo silêncio das arquibancadas durante quase todo o tempo. Mas o ídolo não foi bem no retorno, jogando fora de posição e perdendo o gol da vitória no fim.

O último jogo de Tevez pela Argentina havia sido em julho de 2011, na eliminação em casa frente ao Uruguai nas quartas de final da Copa América daquele ano. Depois, Sergio Batista foi substituído no cargo de treinador por Alejandro Sabella, que nunca convocou o atacante. Os motivos nunca foram claros: rumores falam de uma suposta rixa com Messi, negada por ambos, até desentendimentos com pessoas influentes da AFA (Associação de Futebol da Argentina).

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E a volta de Carlitos à competição não foi nada boa. Ele entrou no lugar de Pastore aos 29min do segundo tempo, quando a Argentina vencia por 2 a 1. E estranhamente, fez teoricamente a mesma função do jogador do PSG: ficou como homem mais avançado do meio-campo, voltando para buscar a bola, enquanto o trio de ataque foi formado por Messi, Higuaín e Di María.

Em uma posição na qual está pouco habituado a jogar, Tevez perambulou pelo gramado e pouco pegou na bola. Além disso, sua presença constante na zona que fica logo atrás do centroavante inibiu o jogo de Messi – um problema constante que a Argentina enfrenta quando os dois atuam juntos. O camisa 10, que desequilibrou no primeiro tempo, atuou bem mais longe do gol depois que Tevez entrou, com o espaço no qual gosta de driblar ocupado pelo companheiro.

Tudo isso seria esquecido se Carlitos, autor de 29 gols na temporada passada pela Juventus, tivesse aproveitado a chance de ouro que teve nos acréscimos, depois que o Paraguai já tinha empatado o jogo. Di María descolou cruzamento certeiro para o atacante dentro da área, mas a cabeçada saiu torta, para fora, rente à trave. A última oportunidade da Argentina de sair com três pontos de um jogo no qual dominou o primeiro tempo, mas dormiu no segundo.

Para o técnico Tata Martino, segue o dilema: Tevez pode jogar o que sabe na seleção? O esquema usado pelo treinador, que varia entre o 4-3-3 e o 4-2-3-1, não favorece o estilo de Carlitos, um típico segundo atacante, que rende mais centralizado e fazendo parte de uma tradicional dupla de frente. A julgar pela atuação deste sábado, ele não convenceu o comandante de que merece ser titular no próximo jogo contra o Uruguai.