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CBF despreza a memória de seu centro de treinamento

Entidade resiste em divulgar o nome de seu CT, que é uma homenagem a Heleno Nunes

29 out 2020 - 13h15
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Muita gente lembra que José Maria Marin, então presidente da CBF, convocou assembleia em 2014 para dar o seu nome à sede da entidade, no Rio. Foi preso por corrupção e outra assembleia foi realizada às pressas em 2015 para a retificação. Ainda na gestão dele, o Centro de Treinamento Heleno Nunes (Cetren), localizado na cidade fluminense de Teresópolis e que pertence a CBF, passou por uma reforma ampla e o nome do CT foi deixado de lado.

A menção ao ex-presidente Heleno Nunes não foi digerida por Marin, tampouco por seu sucessor, Marco Polo Del Nero, indiciado pela Justiça do EUA por corrupção e até hoje impedido de deixar o Brasil. Este também não se moveu para acolher, com um pequeno gesto, um pedido da viúva de Heleno Nunes, dona Maria Luiza Puentes Nunes.

Viúva de Heleno Nunes lutou por anos para manter vivo o nome do CT da CBF (Centro de Treinamento Heleno Nunes)
Viúva de Heleno Nunes lutou por anos para manter vivo o nome do CT da CBF (Centro de Treinamento Heleno Nunes)
Foto: Reprodução

Com a solidariedade de parentes, de autoridades de Teresópolis e de antigos funcionários da CBF, ela questionava o porquê de o nome Cetren ter sido retirado da fachada do prédio, no alto do CT, inaugurado em 1987. Queria, por uma questão histórica e de afeto, que houvesse a reposição. Até placas com essa identificação espalhadas pelo local também sumiram.

Mais do que isso, o busto com a imagem de Heleno Nunes, o mentor do CT, havia sido retirado do saguão da concentração da Seleção e colocado no almoxarifado, entre teias de aranha e muita poeira. Nem com Marin, nem com Del Nero, e mais recentemente, nem com o presidente Rogério Caboclo, a demanda da família Nunes foi atendida.

O espólio de Maria Luiza chegou a ingressar na Justiça, a fim de que a CBF fizesse o óbvio: desse vida e identidade à origem do CT. A ação foi extinta há poucos dias. A 2ª Vara Cível de Teresópolis não considerou haver penalidade sobre o fato, o que levou a família a decidir não mais recorrer do caso.

Essa contenda se arrastava havia muito tempo e a única providência da CBF foi a de retirar o busto do meio das tralhas e colocá-lo na área externa dos alojamentos, num local de pouco acesso para os visitantes.

Fonte: Silvio Alves Barsetti
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